Familiares de dependentes químicos na rede de atenção psicossocial: panorama atual e perfil do grupo.

Nome: SILVIA CAMPOS BRUNETTI SPAGNOL
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/09/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZEU BATISTA BORLOTI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELIZEU BATISTA BORLOTI Orientador
FABIANA PINHEIRO RAMOS Examinador Externo
TERESINHA CID CONSTANTINIDIS Examinador Interno

Resumo: Essa dissertação busca conhecer as intervenções disponíveis para atendimento de famílias de usuários dependentes químicos na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), conforme descrito na literatura e identificar características do perfil das famílias atendidas, do relacionamento com os usuários, da participação nos serviços, além de identificar e correlacionar os níveis depressão, ansiedade, codependência, sobrecarga e habilidades sociais em uma amostra de familiares de usuários da RAPS no território do Espirito Santo. Para alcançar este objetivo, foram desenvolvidos dois estudos, um qualitativo e outro quantitativo, a fim de abranger as respostas ao fenômeno. No primeiro estudo, procedeu-se a uma revisão da literatura, com objetivo de identificar e descrever intervenções com familiares na Rede de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, realizando-se busca no Portal de Periódicos CAPES, bases PsycINFO, SCIELO, PNAS, PsycArticles e Web of Science, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Google Acadêmico, no período entre 2001 e 2016. Após a leitura dos resumos e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, chegou-se à amostra final de 22 estudos. No segundo estudo, foi feita uma pesquisa descritiva correlacional com amostra de 95 familiares de usuários de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS ad) do território do Espirito Santo, que responderam um questionário sociodemográfico, Escalas Beck de Depressão (BDI) e Ansiedade (BAI), Escala de Avaliação da Codependência (HCI), Escala de Avaliação de Sobrecarga de Cuidadores de Zarit (BI) e Inventário de Habilidades Sociais (IHS). Entre os principais resultados, evidenciou-se no Estudo 1 intervenções com familiares oferecidas principalmente nos CAPS ad, na forma de Grupos de Familiares. Identificaram-se lacunas como falta de sistematização dos métodos que sustentam estes grupos, necessidade de diversificação na forma de atendimento, além de necessidade de discussão do tema na formação acadêmica e maior investimento na capacitação dos profissionais. O Estudo 2 indicou um perfil de familiares composto na maioria por mulheres casadas ou em união estável, com 50 anos ou mais e com ensino fundamental. Apurou-se a presença de sintomas clínicos de depressão (59%); ansiedade (55,8%); codependência (40%), sobrecarga (57%) e baixo nível de habilidades sociais (67%), com correlação positiva significativa entre: depressão e ansiedade; depressão e sobrecarga; depressão e codependência; ansiedade e sobrecarga e ansiedade e codependência; sobrecarga e codependência. Encontrou-se correlação negativa entre depressão e habilidades sociais e entre codependência e habilidades sociais. No entanto, não houve correlação significativa entre ansiedade e habilidades sociais nem entre sobrecarga e habilidades sociais nesta amostra. Sugerem-se novos estudos para maior contribuição sobre os fenômenos analisados; assim como inclusão de avaliação da saúde psicológica dos familiares cuidadores nos serviços da RAPS, além de oferta de intervenções com foco em aquisição de repertório de habilidades sociais e resolução de problemas, para melhor suporte ao tratamento do usuário.
Palavras chave: Intervenções familiares, RAPS, álcool e drogas, CAPS ad; adoecimento; sobrecarga do cuidador; habilidades sociais.

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