Corpos e identidades ursinas: um estudo de representações sociais

Nome: WILDSON ABO SARTORI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/09/2019

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA MARIA JUSTO Orientador
ANDREA DOS SANTOS NASCIMENTO Examinador Externo
MARIANA BONOMO Examinador Interno
RAFAEL MOURA COELHO PECLY WOLTER Examinador Interno

Resumo: Durante toda a história da humanidade, o corpo teve um lugar central nas relações entre os indivíduos e grupos, sendo objeto de discursos, normas e padronizações nas mais variadas áreas do conhecimento (ex.: medicina, artes, esporte, filosofia, etc). Atualmente, é possível perceber normas rígidas que ditam que um corpo desejável seria um corpo branco, magro e liso (sem pelos). Entretanto, alguns grupos que não se adequam a estes critérios subvertem esta lógica, passando a valorizar corpos que não se enquadram nesses padrões e que não são socialmente valorizados. Este é o caso dos “ursos”, grupo formado por homens sexodiversos que possuem corpos maiores, mais pesados e peludos quando comparados ao padrão hegemônico de imagem corporal entre a população LGBTQ. O objetivo desta pesquisa foi compreender como os processos identitários dos ursos brasileiros são influenciados pelas representações sociais sobre o corpo dentro desta comunidade. Utilizando um delineamento exploratório-descritivo, a pesquisa foi realizada utilizando questionário online. Ao todo, 333 participantes recrutados através das redes sociais responderam ao questionário sobre as representações sociais a respeito do corpo e a identidade ursina. A análise dos dados coletados foi realizada através de estatística descritiva e relacional, análise de conteúdo e análise lexical com auxílio do software IRaMuTeQ. Os resultados obtidos demonstram que os participantes que obtiveram maiores escores na Escala de Identificação com o Grupo também tiveram maior nível de satisfação corporal. Observou-se ainda que o campo representacional que envolve o ser urso possui elementos de valorização dos corpos que fogem à norma hegemônica, ancorando-se principalmente na sexualidade e na erotização do corpo ursino. Assim, a construção da identidade ursina demonstra-se diretamente ligada à imagem do urso clássico, ainda que sofrendo forte influência dos padrões de beleza hegemônicos.

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