Estudantes de Pós-Graduação Stricto Sensu: Um novo e vultoso Grupo Social/Profissional a ser conhecido

Nome: MARIANE RANZANI CISCON EVANGELISTA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/10/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANO ROBERTO AFONSO DO NASCIMENTO Examinador Externo
MARIANA BONOMO Examinador Interno
OSWALDO HAJIME YAMAMOTO Examinador Externo
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Orientador
SABRINE MANTUAN DOS SANTOS COUTINHO Examinador Interno

Resumo: Considerada um dos segmentos mais bem sucedidos da Educação no Brasil, a Pós-Graduação stricto sensu tem atraído o interesse de jovens pesquisadores, os quais vislumbram nesta modalidade de ensino a possibilidade de complementação de sua formação em momento de instabilidade profissional, assim como o início da construção de potencial carreira acadêmica. O pós-graduando dispende, para sua formação, de acréscimo mínimo de seis anos como estudante, permanecendo, desconsiderando-se as exceções, como dependente financeiro de pais e/ou companheiros(as). Este período de instabilidade financeira e profissional superior ao de seus pares da mesma faixa etária, implica em desconsiderar – temporária ou permanentemente – outras questões individuais, como envolvimentos românticos mais estáveis e o planejamento envolvendo filhos. O objetivo geral do presente trabalho consistiu em identificar o pós-graduando como um grupo social que compartilha representações sociais, investigando suas relações com questões de gênero na construção da carreira acadêmica e nas escolhas relacionais, bem como suas relações com a maternidade e a paternidade, no processo de construção de família própria. Os estudos utilizaram diferentes instrumentos de coleta de dados, tomando como ponto de interesse principal o pós-graduando, este em suas relações, seus projetos para o futuro profissional e relacionados à constituição de família própria. Foi possível observar, por meio dos cinco estudos realizados, que os pós-graduandos são, em sua maioria, jovens, enquanto estudantes permanecem em condição de dependência financeira e instabilidade profissional, situação que inviabiliza relacionamentos românticos mais estáveis, bem como se torna um fator de preocupação no que concerne aos planos relacionados a ter filhos, para aqueles que ainda não exercem a parentalidade, bem como o sentimento de culpa, para aqueles que precisam se dividir entre as demandas dos Programas e às dos filhos. Foi possível identificar, ainda, representações sociais tradicionais no que se refere a gênero, maternidade e paternidade, ainda que os discursos acadêmico e saberes populares se misturem e se apresentem mascarados por posicionamentos igualitários. A impossibilidade, ou maior dificuldade, em exercer a parentalidade concomitantemente à Pós-Graduação é fator de angústias para alguns, enquanto para outros reforça a decisão por outras procuras de satisfação. Os pós-graduandos se deparam, ainda, nos Programas de Pós-Graduação, com exigências que demandam alta dedicação sem que haja retorno financeiro imediato para este comprometimento, de modo que são considerados como profissionais em decorrência da demanda, porém não são reconhecidos como profissionais, devido à ausência de retorno imediato. Sugerem-se novos estudos enfocando o pós-graduando como grupo social e profissional, bem como a profissionalização da Pós-Graduação, garantindo direitos trabalhistas justos àqueles que são trabalhadores, apesar de (ainda) estudantes.

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