Análise Microgenética de Aspectos Cognitivos e Afetivos em Idosas: uma Proposta Teórica e Metodológica.

Nome: CLAUDIMARA CHISTÉ SANTOS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/10/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO CARLOS ORTEGA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO CARLOS ORTEGA Orientador
CLAUDIA BROETTO ROSSETTI Examinador Interno
CLAUDIA PATROCINIO PEDROZA CANAL Examinador Externo
MEIRE ANDERSAN FIOROT Examinador Externo
SÁVIO SILVEIRA DE QUEIROZ Examinador Interno

Resumo: Cognição e afetividade são aspectos indissociáveis do desenvolvimento humano, sendo a cognição a responsável por estruturá-lo, enquanto a afetividade pode regular tal desenvolvimento. Essa tese teve como objetivo investigar, em uma perspectiva microgenética, a relação entre cognição e afetividade. O referencial teórico e o método utilizado foram baseados em Piaget, cuja teoria embasou também a coleta de dados, realizada com seis mulheres com idade entre 60 e 67 anos. O delineamento da pesquisa se deu por meio de sete etapas: (1) entrevista inicial para identificar o estilo de vida das participantes; (2) entrevista clínica para investigar os aspectos afetivos antes das oficinas de jogo; (3) experimento de memória; (4) oficinas do jogo Cara a Cara para a prática do jogo; (5) situações-problema; (6) entrevista clínica para investigar os aspectos afetivos depois das oficinas de jogo; (7) apresentação das Histórias sobre Aspectos Afetivos. As categorias de análise investigadas foram: (1) memória; (2) aspectos cognitivos da conduta; (3) análise heurística; (4) aspectos afetivos da conduta dos sentimentos interesse, autovalorização e vontade. Para cada uma dessas categorias foram adaptados níveis, que permitiram investigar os aspectos em questão. Os resultados indicam que: (1) em primeiro lugar, não é possível falar em relação, no singular, mas em relações, porque elas podem ser múltiplas, com as mais variadas combinações. A participante com o menor nível de análise heurística foi a que demonstrou o menor nível de interesse, indicando a importância dos aspectos afetivos no desenvolvimento. A participante que apresentou maior nível de análise heurística demonstrou o tipo de conduta mais evoluído nos três sentimentos analisados. As duas participantes que ficaram em um nível intermediário de análise heurística não erraram em nenhuma partida, ou seja, não se desequilibraram, o que também demonstrou a importância do erro no processo de equilibração e no desenvolvimento. A memória, por sua vez, teve papel importante na análise de outras duas participantes: uma porque tinha queixa de memória, mas alcançou nível máximo no experimento e, apesar de demorar mais que outras participantes, ela alcançou nível intermediário de análise heurística; a outra porque apresentava queixas de memória e, de fato, alcançou o menor nível. Essa última participante alcançou também nível intermediário de análise heurística provavelmente graças à sua memória em sentido amplo e a condutas afetivas intermediárias, que foram suficientes para mantê-la na atividade. Como se vê, não existe uma única possibilidade de relação entre cognição e afetividade, mas várias articulações entre essas duas dimensões, por isso só se pode falar em relações entre elas. (2) a teoria da equilibração, como apontado na revisão de literatura, se confirma como um referencial que pode ser o ponto de confluência entre cognição e afeto, principalmente se for pela via da conduta; (3) os aspectos estruturais não dão conta, sozinhos, de analisar o sujeito psicológico, por isso a necessidade de se fazer tal análise pela via da abordagem microgenética; (4) há indícios de que os estudos sobre o desenvolvimento das relações entre cognição e afeto podem ser viabilizados incluindo a investigação do desenrolar das microgêneses afetivas.

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