Vivendo Casamentos, Separações e Recasamentos: Um Estudo Sobre o Campo Representacional da Conjugalidade

Nome: PRISCILLA DE OLIVEIRA MARTINS DA SILVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 10/09/2009

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELA MARIA DE OLIVEIRA ALMEIDA Examinador Externo
BENEDITO MEDRADO-DANTAS Examinador Externo
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Examinador Interno
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Examinador Interno
ZEIDI ARAUJO TRINDADE Orientador

Resumo: O presente trabalho tem como objeto de pesquisa a conjugalidade. A relevância dessa temática está na compreensão de uma realidade que, em princípio, pode ser vista como paradoxal: observa-se o aumento no número de separações e divórcios, mas, ao mesmo tempo, verifica-se, a manutenção da importância do casamento para os indivíduos. Diante disso, a presente pesquisa objetiva identificar o campo representacional da conjugalidade e a sua relação com as práticas cotidianas do casal. Foi utilizada a Teoria das Representações Sociais como base para as análises realizadas. O delineamento metodológico adotado foi o da abordagem qualitativa, tendo como instrumento de coleta de dados a técnica de grupo focal. Foram realizados 6 grupos focais, sendo 3 grupos com mulheres e 3 grupos com homens. Os critérios para participação foram os seguintes: Grupo 1: estar casado até 10 anos; Grupo 2: estar separado e/ ou divorciado; Grupo 3: estar no segundo casamento. Os participantes ainda precisavam ter tido filho no primeiro casamento e residir em bairros considerados de classe média alta e classe alta. Os resultados encontrados apresentam que o campo representacional da conjugalidade é composto por objetos de representação social de amor, casamento/recasamento e separação/divórcio. Observam-se elementos de representação social que são compartilhados e elementos específicos de acordo com o sexo. Os elementos compartilhados que compõem o campo representacional apresentam a conjugalidade como uma parceria baseada no amor, na cumplicidade e no respeito. A separação/divórcio é representada socialmente como uma frustração e um rompimento com o sonho de conjugalidade construído. As mulheres, especificamente, representam a conjugalidade como o espaço em que devem doar-se para o bem estar da relação conjugal e assumir o papel de esposa e mãe. A representação social do casamento apresenta elementos de idealização/romantização que podem sofrer modificações à medida que vivem o cotidiano da conjugalidade. Para os homens, os elementos específicos presentes apresentam a conjugalidade como um espaço no qual é necessário dedicação e trabalho cotidiano para a sua manutenção. Um elemento importante para o sucesso da conjugalidade é o papel ativo da mulher, diferente da mulher submissa. O casamento é representado também como um ritual e uma tradição em que é importante a fidelidade. A partir da análise do campo representacional, observam-se tanto elementos que se referem aos papéis tradicionais de gênero quanto elementos que configuram uma relação mais igualitária. Ao realizar a análise da ancoragem do campo representacional da conjugalidade, observou-se que a satisfação e a felicidade individual parecem ser os seus elementos norteadores. O campo representacional identificado orienta para uma prática em que a conjugalidade é vivenciada como espaço afetivo no qual ambos os envolvidos precisam estar satisfeitos. Desta perspectiva, a negociação é a ferramenta essencial para o sucesso do relacionamento amoroso.

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