Proposta de Intervenção na Mediação de Mães de Crianças com Síndrome de Down.
Nome: LUCIANA BICALHO REIS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 23/09/2015
Orientador:
Nome | Papel |
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KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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FABIANA PINHEIRO RAMOS | Examinador Externo |
KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA | Orientador |
LEILA REGINA D'OLIVEIRA DE PAULA NUNES | Examinador Externo |
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO | Examinador Interno |
SONIA REGINA FIORIM ENUMO | Examinador Interno |
Resumo: A mediação materna é importante para o desenvolvimento infantil e o padrão mediacional adotado poderá ser afetado por fatores de natureza cognitiva ou emocional. Este estudo avaliou e comparou o padrão de mediação em mães de crianças com Síndrome de Down, antes e após proposta de intervenção sobre mediação, descrevendo variáveis como estresse, ansiedade, depressão, estratégias de enfrentamento da deficiência, e crenças e expectativas acerca do desenvolvimento da criança. Participaram nove mães e seus filhos, de 2 a 5 anos (M=3,9 anos). A coleta foi conduzida em etapas: na primeira foram aplicados questionário sociodemográfico, Child Behavior Checklist [CBCL 1½/5 anos], Entrevista para identificação de Crenças e Expectativas, Escalas Beck ansiedade e depressão, Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL) e Entrevista de Avaliação do Enfrentamento. Na segunda etapa as díades foram filmadas em três situações livre e semiestruturadas, sendo avaliadas pela Escala de Aprendizagem Mediada (MLE Rate Scale). Na terceira etapa, com subamostra de seis participantes, realizou-se uma Proposta de Intervenção em Mediação Materna, baseada no MISC - Mediational Intervention for Sensitizing Caregivers, com seis critérios - Intencionalidade, Significação, Transcendência, Regulação do comportamento, Elogio e Envolvimento afetivo, organizado em três oficinas. Na quarta etapa as díades foram filmadas após intervenção (20 dias e 3 meses). A análise das entrevistas indicou que a maioria das mães (n=7) reagiu ao diagnóstico com 13 sentimentos negativos, superando-os com o passar do tempo (n=6). Houve predomínio (n=8) de expectativas positivas em relação ao desenvolvimento e as crenças em torno do momento do diagnóstico, em geral, tinham caráter religioso. Na avaliação pelas escalas Beck e ISSL, três mães apresentaram ansiedade em nível leve e uma em nível moderado; duas com estresse em fase de resistência (predomínio de sintomas psicológicos). Os estressores relatados foram preconceito/exclusão social, rotina de atendimentos, além dos problemas de comportamento, desenvolvimento e saúde da criança. Na avaliação das estratégias de enfrentamento, encontrou-se predominância das famílias adaptativas positivas, Autoconfiança (n=8), Busca de Suporte (n=7), Resolução de Problema (n=7), Busca de Informação (n=7), Acomodação (n=6) e Negociação (n=1), em comparação às mal adaptativas, como Fuga (n=3), Isolamento (n=2), Submissão (n=2) e Desemparo (n=1). Encontrou-se diferença estatisticamente significativa entre as médias do padrão mediacional obtidas na pré-intervenção (2,0) e pós-intervenção (2,5) (Teste Wilcoxon, p≤0,001). Dos seis critérios de mediação, cinco melhoraram nas sessões de segmento, sendo transcendência o que obteve maior Taxa de Ganho (TG 78%). As mães apresentaram bom padrão de mediação, associada a expectativas positivas do desenvolvimento infantil e maior repertório de estratégias de enfrentamento adaptativas à deficiência e seus estressores. Ainda assim, a intervenção contribuiu para melhorar a qualidade da mediação, sendo bem avaliada pelas participantes. Conclui-se que intervenções breves e sistematizadas podem ajudar as mães a identificar oportunidades de mediação do desenvolvimento da criança, contribuindo também para o enfrentamento da deficiência. 14
Palavras-chave: Mediação Materna; Crenças; Enfrentamento; Síndrome de Down; Intervenção Psicológica.