Corpo, Beleza e Auto-objetificação Feminina

Nome: CAROLINA PIAZZAROLLO LOUREIRO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/10/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
VALESCHKA MARTINS GUERRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARINA PEREIRA GONÇALVES Examinador Externo
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Examinador Interno
VALESCHKA MARTINS GUERRA Orientador

Resumo: A auto-objetificação consiste na internalização do olhar externo sobre o próprio corpo, ocorrendo a partir das experiências de objetificação sexual do indivíduo na sociedade. Ela leva à preocupação excessiva com a aparência em detrimento dos estados corporais e das competências físicas, sendo manifesta por uma autovigilância corporal constante que pode levar a diversas consequências que impactam a saúde e o bem-estar do indivíduo. Esta dissertação teve como objetivo explorar as vivências corporais femininas, investigando particularmente as concepções sobre beleza corporal e as experiências de auto-objetificação de mulheres brasileiras. Para isso, foram realizados dois estudos. O primeiro estudo utilizou o método de evocações para investigar as representações sociais de “mulher bonita”, “corpo feminino bonito” e “corpo feminino na mídia” de 185 mulheres de diversas regiões do Brasil, com idades variando entre 18 e 60 anos (M = 25,97; DP = 6,98), que responderam voluntária e anonimamente a um questionário online. Os resultados indicaram a percepção e internalização de um padrão de beleza centrado na magreza e nos músculos definidos e demonstraram que o corpo feminino apresentado na mídia gerou um número expressivo de sentimentos e pensamentos negativos entre as participantes. O segundo estudo utilizou o aporte teórico da Teoria da Objetificação para investigar as relações entre mídia sexualmente objetificante, internalização das normas socioculturais de beleza, auto-objetificação, vergonha corporal, autoestima e autoestima corporal entre 340 jovens universitárias do Espírito Santo, com idades entre 18 e 25 anos. Além disso, teve como objetivo traduzir e validar a Escala de Objetificação Corporal e a Escala de Autoestima Corporal – versão feminina para utilização no Brasil. A coleta foi realizada presencialmente e contou com um questionário composto por perguntas de caracterização sociodemográfica e de consumo de mídia (televisão, revistas, internet); bem como a Escala de Objetificação Feminina, a Escala Feminina de Internalização Corporal, a Escala de Autoestima de Rosenberg e a versão feminina da Escala de Autoestima Corporal. Adicionalmente, as participantes foram separadas randomicamente entre a condição controle, em que foram apresentadas a imagens neutras, ou uma entre quatro condições experimentais em que foram apresentadas a imagens de modelos magras ou modelos plus size antes ou depois das escalas. Os resultados indicam que a Escala de Objetificação Corporal e a Escala de Autoestima Corporal – versão feminina foram validadas para utilização com jovens universitárias brasileiras, contudo se faz necessária a revisão da tradução dos itens excluídos da Escala de Objetificação Corporal antes que ela possa ser considerada definitiva. Além disso, foi demonstrado que imagens midiáticas sexualmente objetificante só influenciaram a auto-objetificação feminina quando estavam em conformidade com o padrão de beleza; e que a autoestima pode ser uma importante variável a ser trabalhada em estratégias futuras de prevenção e intervenção contra a auto-objetificação. Apesar das diversas limitações deste trabalho, ele traz importantes contribuições ao campo de pesquisas sobre o corpo ao inaugurar os estudos sobre a auto-objetificação no Brasil, além de demonstrar empiricamente a importância de políticas públicas que visem à redução da objetificação sexual feminina e à promoção de aceitação da diversidade corporal.

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