As Representações Sociais da Transposição do Rio São Francisco na Imprensa Escrita Brasileira.

Nome: LAURISTON DE ARAÚJO CARVALHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Orientador

Banca:

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MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Orientador

Resumo: Na década iniciada no ano 2000 a transposição das águas do rio São Francisco surge como política pública no cenário político brasileiro. Contudo, o projeto foi marcado por diversas polêmicas e a mídia nacional acompanhou todo o seu processo de idealização, ajudando a construir no imaginário social esse objeto social, que reformulado ao passo dos anos se torna inédito para muitos. Visando entender como a mídia compreendeu o fenômeno da transposição, a presente pesquisa objetivou conhecer as representações sociais da transposição do rio São Francisco no jornal Estado de Minas e Jornal da Paraíba nos anos entre 1999 e 2008. A coleta foi realizada via internet nos sites dos próprios jornais. No campo de busca foram utilizados os seguintes descritores: transposição águas rio São Francisco; transposição; rio São Francisco. No Jornal da Paraíba foram coletadas 1346 reportagens e no Jornal Estado de Minas foram coletadas 316, perfazendo um total de 1662 reportagens. Para o tratamento dos dados foi utilizado o software Alceste. A partir dos resultados percebe-se que os discursos contra e favor do projeto da transposição estiveram presentes desde o início do governo FHC (1999-2002) até o final do governo Lula (2003-2008) em ambos os jornais. Dessa forma, os jornais possuem elementos representacionais sobre a transposição semelhantes e discrepantes. Nos discursos contra o projeto, o estado degradado do rio São Francisco objetivado na figura de uma pessoa doente, necessitando de cuidados, aparece nos dois jornais. Contudo, o jornal Estado de Minas acrescenta outros elementos de ancoragem, como o estado do rio em épocas passadas e o secular histórico de obras públicas inconclusas no semiárido nordestino, o que demarca nesse momento uma oposição ao projeto. Em relação aos discursos a favor do projeto, as representações se assemelham no que se refere o desenvolvimento econômico do semiárido nordestino em consequência do projeto da transposição. No entanto, o jornal da Paraíba ressalta elementos representacionais que se ancoram nos efeitos da estiagem, traduzido no fenômeno da seca e objetivados na imagem do nordestino, pobre, sedento de água e retirante, para fundamentar sua posição a favor do projeto. Assim, é possível afirmar que a variável territorial (doador ou receptor das águas) em relação ao fenômeno transposição, determina os conteúdos e as formas das reportagens, orientando representações sociais sobre esse fenômeno. Dito isto, contribuições teóricas acerca dos sistemas de comunicação são sugeridas no decorrer do estudo.

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