Entre o temor e a insignificância: representações sociais da Hanseníase para adolescentes com a doença e seus familiares.

Nome: FABIANA DRUMOND MARINHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 12/12/2016
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
ZEIDI ARAUJO TRINDADE Examinador Interno
SUSILENE MARIA TONELLI NARDI Examinador Externo
MILENA BERTOLLO NARDI Examinador Externo
LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR Orientador
CÉLIA REGINA RANGEL NASCIMENTO Examinador Interno

Resumo: Fundamentado pela Teoria das Representações Sociais, este trabalho objetivou investigar e analisar as representações sociais da hanseníase e da vivência/convivência com a enfermidade para adolescentes com a doença e seus familiares, bem como analisou as repercussões da hanseníase no cotidiano desses sujeitos. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada, realizada com 19 adolescentes em tratamento medicamentoso para a hanseníase com idade entre 12 e 18 anos e 18 familiares que habitavam a mesma casa que o adolescente. O material verbal foi analisado por meio do software ALCESTE e da Análise de Conteúdo. Os resultados indicaram que as representações da hanseníase para os adolescentes, ora apareceu como doença assustadora/ameaçadora e ora como doença banal, como outra qualquer que tem cura, cuja imagem para uns se conectou à de um doente com o corpo manchado, desfigurado e mutilado e para outros à de um doente com o corpo curado, sem sequelas e sem marcas, de forma que as representações foram marcadas por afetos positivos e negativos acerca da doença. Para os familiares o objeto hanseníase se revestiu de elementos valorados negativamente, carregados de significados vinculados à “antiga lepra”, associando a enfermidade a uma doença terrível, grave e que incapacita quem por ela é acometida, desenhando um doente em sofrimento, desfigurado e mutilado. O conteúdo relativo às representações da vivência/convivência com a hanseníase revelou um cotidiano alterado, permeado por medos, preconceito, isolamento social, sofrimento e dificuldades no percurso do tratamento. Os dados evidenciaram também, carência de informações sobre a hanseníase, prevalecendo, portanto, conhecimentos oriundos do senso comum, o que contribuiu para uma construção simbólica da doença alicerçada por crenças e hipóteses pessoais. Tais concepções retroalimentaram o modo como as relações foram estabelecidas. Conclui-se que, ante a permanência de uma visão arcaica da doença e dos impactos causados no cotidiano dos adolescentes com hanseníase e dos seus familiares, faz-se necessário ampliar os cenários diversos de informação sobre a enfermidade, repensar as práticas em saúde e estabelecer encontros dialógicos, a fim de possibilitar a reflexão e a construção de novos sentidos e significados em relação à doença, proporcionando melhorias na qualidade de vida desses sujeitos.
Palavras-Chave: Representação social; hanseníase; adolescentes; parentes; cotidiano.

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