Nos caminhos da roça: representações sociais e processos identitários entre jovens rurais do estado do Espírito Santo.

Nome: PAOLA ZANOTTI EPIFANIO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/06/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIANA BONOMO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIANA BONOMO Orientador
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Suplente Interno

Resumo: O Brasil é um país reconhecidamente agrário, todavia, na atualidade, a categoria camponesa está relacionada a representações embasadas em estereótipos geradores de preconceitos e consequente exclusão social deste grupo social. A sociabilidade urbana, valorada de forma positiva, passa a ser assumida como modo de vida de referência aos grupos sociais, e a divergência grupal atua de modo a aumentar a cisão psicossocial entre cidade e campo. A partir da articulação entre a Teoria das Representações Sociais e a Teoria da Identidade Social, buscou-se investigar o fenômeno da identidade social no contexto sociocultural rural, a partir da análise dos processos identitários e representacionais vinculados às categorias sócio-territoriais (ruralidade/urbanidade) e de gênero (masculinidade/feminilidade), entre homens e mulheres de segmento juvenil de áreas rurais do estado do Espírito Santo. A pesquisa foi desenvolvida por meio de quatro estudos complementares: (E1) estudo que buscou identificar a razão de masculinidade do campo no estado do Espírito Santo a partir de dados do Datasus referentes aos censos de 1980, 1991, 2000 e 2010 para população com idades entre 15 e 24 anos; (E2) que objetivou analisar os processos identitários vinculados à categoria social juventude rural, entre jovens rurais do estado do Espírito Santo com idades entre 15 e 24 anos, a partir da comparação campo-cidade e da avaliação de projeto de vida e futuro; (E3) que visou investigar as representações sociais de mulher rural e homem rural entre jovens rurais, com idades entre 15 e 24 anos, estudantes de escolas rurais do estado do Espírito Santo; e (E4) que analisou as relações de gênero e a dinâmica do mundo do trabalho entre jovens camponeses que constituíram núcleos familiares em áreas rurais do estado do Espírito Santo, com maiores índices de masculinização (Boa Esperança e São José do calçado) e de feminização (Mantenópolis e Piúma) do campo. Considerando-se a natureza dos dados e os objetivos de cada estudo, utilizou-se no tratamento das informações coletadas: (E1) o cálculo de razão de masculinidade, e os programas computacionais TabWin32 e Microsoft Excel 2007; (E2) a Análise de Conteúdo; (E3) o software SPAD-T, através do qual foi obtida análise fatorial de correspondência e formação de clusters; e (E4) o software ALCESTE, que forneceu a Classificação Hierárquica Descendente e a Análise Fatorial de Correspondência. Os resultados encontrados demonstraram que os sujeitos buscam romper com os estereótipos negativos direcionados ao ser rural, e visam enaltecer os valores e a coerência positiva da identidade rural. O trabalho rural é central e constitui-se como importante elemento identitário, uma vez que nutre o sujeito campesino de valores e afetos positivos, mesmo diante da realidade dura a que está condicionado. As análises também apontam que o jovem camponês busca a mudança social, ressignificando as estereotipias atribuídas ao rural e reivindicando melhorias necessárias no campo. Conclui-se, portanto, que o contexto rural, a partir da análise dos últimos 30 anos, reflete constantes mudanças estruturais e demográficas que são fortemente influenciadas pelas relações laborais e de gênero estabelecidas.
Palavras chave: gênero, identidade social, jovens rurais, psicologia social, representações sociais, ruralidade

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