Acolhimento na Atenção Básica: Navegações e Mergulhos nos Discursos e Práticas Produzidos no Cotidiano de uma Unidade de Saúde da Família.

Nome: CATHARINA HOFFMANN
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/03/2009

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LILIAN ROSE MARGOTTO Suplente Interno
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS Examinador Interno
MARISTELA DALBELLO DE ARAUJO Orientador
MARTA ZORZAL E SILVA Suplente Externo
RICARDO RODRIGUES TEIXEIRA Examinador Externo

Resumo: RESUMO

HOFFMANN, Catharina. Acolhimento na Atenção Básica: navegações e mergulhos nos discursos e práticas produzidos no cotidiano de uma Unidade de Saúde da Família.

Orientadora: Profa. Dra. Maristela Dalbello Araújo. Vitória/ES: PPGPSI/UFES, 2009. 167f. Dissertação de Mestrado.

Esta pesquisa abrange os processos de produção de saúde, tendo como objeto de estudo os discursos e práticas de saúde relacionados ao acolhimento. O contexto de análise é a Atenção Básica do município de Vitória/ES e o campo de pesquisa, o cotidiano da Unidade de Saúde da Família da Ilha do Príncipe. O estudo utilizou como referência os aportes teóricos da Análise Institucional e da Saúde Coletiva. Buscou-se analisar o modo como os trabalhadores fazem acolhimento no cotidiano do serviço, além de escutar as concepções e os discursos produzidos a respeito, na relação com suas práticas cotidianas, o que inclui os processos de trabalho e as interações com os usuários. Para isso, utilizou-se a Cartografia como estratégia metodológica. Os dados foram produzidos no período de fevereiro a setembro de 2008, por meio de observação, diário de campo e entrevistas realizadas com usuários e trabalhadores da USF. Os resultados produzidos expressam que o processo de trabalho e sua gestão são fragmentados e burocratizantes. Há intenção dos trabalhadores de rever os processos de trabalho, entretanto, isto encontra obstáculos na prática. No tocante ao acolhimento, a exigência que os trabalhadores sofrem para que atendam a uma certa produtividade é um aspecto que compromete a qualidade da relação entre as equipes e destas com o usuário, afetando o atendimento às necessidades destes e a própria oferta de ações de saúde. As necessidades que os trabalhadores esperam acolher estão circunscritas à doença ou sintoma manifesto fisicamente. Demonstrou-se que ir ao serviço para conversar constitui-se em uma demanda valorizada pelos usuários, sendo acolhida por alguns trabalhadores. Evidenciou-se que a comunicação nas equipes é restrita às discussões de questões administrativas e procedimentos. A hierarquização entre os níveis de formação contribui para entender o acolhimento como uma atividade ou procedimento que é atribuição de uma categoria específica (auxiliares de enfermagem), a qual supõe-se, tem capacidade técnica para fazê-lo no ato de recepção do usuário. Constatou-se que as ações de saúde não são pactuadas com os usuários, de modo que o PSF não garante o acolhimento. Porém, os tensionamentos nas relações cotidianas entre trabalhador e usuário favorecem a problematização do acolhimento como ação que pode ultrapassar a recepção. Fica evidente a necessidade de reorganização dos processos de trabalho e de se engendrar subjetividades por uma humanização que valorize os processos de singularização, de modo a se promover uma real democracia no acesso à saúde, na qualidade da assistência e na garantia dos princípios do SUS.

Palavras-chave: acolhimento; processos de trabalho em saúde; produção de subjetividade; relação trabalhador-usuário.

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