Viver na pobreza: experiências, afetos e sentimentos

Nome: MONICA NOGUEIRA DOS SANTOS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 05/09/2018
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Co-orientador
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Orientador
HUGO CRISTO SANTANNA Examinador Externo
EDINETE MARIA ROSA Examinador Interno
DIEMERSON SAQUETTO Examinador Externo

Resumo: Santos, M. N. (2018). Viver na pobreza: experiências, afetos e sentidos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória/ES. 218 p.

A pobreza é reconhecida atualmente como um fenômeno multidimensional de conceituação e mensuração complexas. As pessoas que vivem em tal condição social vêm se confirmando importante público alvo da atuação profissional do psicólogo em Políticas Públicas. O objetivo dessa pesquisa foi investigar a vivência da pobreza tal como a percebem pessoas que vivem nesta condição social e foi desenvolvida com enfoque qualitativo de caráter descritivo-analítico e com abordagem pluri-metodológica. Participaram deste estudo 73 profissionais de nível superior que atuavam na proteção básica do SUAS e, 112 pessoas, membros de famílias pobres inscritas no CadÚnico. Os instrumentos utilizados foram 1) “Associação Livre de Palavras”, 2) Questionário com perguntas abertas e 3) Entrevista com roteiro semi estruturado. Estes produziram três conjuntos de dados que foram tratados e analisados de acordo com a especificidade de cada um. O conjunto de palavras evocadas no primeiro instrumento, foi analisado com auxílio do programa openEvoc, a partir dele foi realizada a análise prototípica da representação social para os objetos “pessoa pobre” “pessoa rica” e “família” para profissionais do SUAS e para famílias em situação de pobreza. As respostas do questionário foram analisadas utilizando o recurso da “Análise de Conteúdo” da qual foi possível depreender a ‘Dimensão afetiva da vivência na condição de pobreza’ e a ‘Metarrepresentação’ do objeto “pessoas pobres” para pessoas não pobres segundo os membros de famílias pobres e por fim as entrevistas, após serem transcritas foram analisadas de acordo com método de inspiração fenomenológica para a pesquisa empírica em psicologia do qual resultaram 18 estruturas individuais e duas grupais, correspondentes a primeira e a segunda geração de famílias vivendo em condição de pobreza. Os resultados demonstram que a vivência na situação de pobreza não implica somente em dificuldades relacionadas a ser materialmente pobre, mas também, e aí reside uma importante contribuição da Psicologia, implica na esfera das relações sociais mobilizando afetos/sentimentos e relaciona-se com um ‘modo de vida’ correspondente a este contexto social que é passado de “mãe para filho” de forma invisível e silenciosa nas relações cotidianas. Foi possível também, ampliar o entendimento do contexto de produção das representações sociais aqui pesquisadas, bem como exemplificar práticas sociais de manutenção ou de superação da condição de pobreza. Por fim, este estudo demonstrou ser imprescindível considerar as determinações estruturais da pobreza e as estratégias de manutenção das classes sociais e não apenas compreendê-la como falta de renda, ou seja, este problema deve ser compreendido a partir do seu âmbito relacional, não havendo espaço para individualização dos problemas sociais.

Palavras-chave: Pobreza; Representações Sociais; Relações familiares; Sistema Único da Assistência Social; Afeto.

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