Clínica da Diversidade Sexual e de Gênero

Resumo: A clínica psicológica, hegemonicamente, apresentou concepções bastante complicadas sobre o campo da diversidade sexual e de gênero. A partir dos trabalhos psicopatológicos do século XIX, o sexo torna-se, de acordo com Michel Foucault, o eixo em torno do qual o poder disciplinar sobre o corpo individual combina-se ao controle biopolítico da população. Com a psicanálise de Sigmund Freud, na emergência da clínica psicológica, a compreensão do sexo como verdade do sujeito assume novos contornos, ambiguamente situado entre a normalidade e o desvio. Essa situação parece caracterizar todo o percurso do sexo no campo dos saberes psicológicos durante o século XX. Nesse sentido, apenas nas últimas décadas deste século, a despatologização da diversidade sexual e de gênero inicia-se, sem, contudo, completar-se. A hesitação persiste, apesar dos crescentes protestos das minorias sexuais e de gênero.
Pensar outros modos de situar a clínica psicológica no campo da diversidade sexual e de gênero é a proposta desse trabalho de pesquisa. Para tanto, encaramos como necessária uma revisão crítica da produção de saberes na clínica psicológica, a fim de expor os fundamentos epistemológicos, éticos e políticos que sustentam as variantes posições das psicologias em torno da questão. Embora note-se uma grande variedade, hipotetizamos uma orientação comum caracterizada pela ambiguidade e pela hesitação inauguradas pela psicanálise, e que é preciso verificar analiticamente. Trata-se, assim, de revisar as diferentes elaborações conceituais e técnicas da clínica psicológica a partir da posição que define o campo da diversidade sexual e de gênero como afirmação da multiplicidade dos modos de vida humanos, recusando a patologização em uma crítica radical da persistente moralidade implicada nos projetos de ciência psicológica da modernidade.

Data de início: 01/08/2019
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papel	Nome
Aluno Mestrado	JÉSSICA TATIANE FELIZARDO
Coordenador	JÉSIO ZAMBONI

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