Intersetorialidade em Saúde Mental Infantojuvenil
Nome: BRUNA CERUTI QUINTANILHA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 16/12/2020
Banca:
Nome | Papel |
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SÁVIO SILVEIRA DE QUEIROZ | Examinador Interno |
MARISTELA DE MELO MORAES | Examinador Externo |
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO | Examinador Interno |
CLAUDIA MARIA FILGUEIRAS PENIDO | Examinador Externo |
ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO | Examinador Externo |
Resumo: As Políticas Públicas direcionadas para crianças e adolescentes no Brasil foram historicamente omissas, principalmente no que diz respeito à atenção em saúde mental. Apenas em 2003, o Ministério da Saúde passou a formular de modo coletivo e intersetorial diretrizes para uma rede de assistência em saúde mental infantojuvenil com base comunitária, de acordo com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, e a intersetorialidade passa a ser considerada como premissa para o cuidado desse público. A partir disso, o objetivo desta tese foi analisar as características das ações intersetoriais em saúde mental infantojuvenil, a partir do paradigma da complexidade. Para tanto, foram realizadas quatro pesquisas: duas documentais, uma revisão integrativa e uma predominantemente quantitativa. As pesquisas documentais foram compostas pela análise de dois documentos sobre saúde mental infantojuvenil e nove documentos que fazem parte das políticas de saúde, educação e assistência social. Estes estudos permitiram compreender as características da intersetorialidade e intersetorialidade em saúde mental infantojuvenil presentes em documentos ministeriais. A revisão integrativa da literatura foi composta pela análise de 50 artigos e possibilitou averiguar as características de intersetorialidade e intersetorialidade em saúde mental infantojuvenil presente nas produções acadêmicas. A pesquisa predominantemente quantitativa utilizou um questionário como instrumento de coleta e teve 264 respostas analisadas. Esta proporcionou analisar o que os profissionais, que atuam nas políticas sociais, consideravam e também realizavam como ações intersetoriais em saúde mental infantojuvenil. Os estudos que analisaram documentos ministeriais apresentaram menos características da intersetorialidade. Acredita-se que isto tenha ocorrido pelo fato de serem textos que visam a apontar direcionamentos de como deve ser o trabalho nas políticas sociais. As pesquisas que abarcaram estudos e a percepção dos profissionais sobre a intersetorialidade apresentaram mais características, pois indicaram o como a intersetorialidade tem sido realizada. Assim, nota-se que quando se analisa a intersetorialidade a partir de como ela tem sido realizada (mesmo que via relatos ou pesquisas), ela mostra-se mais diversa, o que pressupõe a necessidade de invenção e de encontro com o imprevisível. A partir das pesquisas concluiu-se que a intersetorialidade apresentar diversidade de ações e de características é algo positivo, visto coadunar-se com a premissa de que a intersetorialidade se relaciona com a ideia de complexidade. Uma vez que aquilo que é complexo é permeado de caos e de imprevisibilidade, logo, não possui soluções simples, do tipo causa e efeito. Por fim, defende-se que a intersetorialidade em saúde mental infantojuvenil é um sistema complexo que compõe outros sistemas, também complexos.