A vivência da reprovação escolar por estudante de uma escola pública de ensino médio: um estudo à luz da Teoria Biológica do Desenvolvimento Humano.

Nome: MARCOS DA SILVA PACHECO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/08/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDINETE MARIA ROSA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CÉLIA REGINA RANGEL NASCIMENTO Examinador Interno
EDINETE MARIA ROSA Orientador
ELIZABETE BASSANI Examinador Externo
SILVIA RENATA MAGALHÃES LORDELLO BORBA SANTOS Examinador Externo

Resumo: Pacheco, M. S. (2022). A vivência da reprovação escolar por estudantes de uma escola pública de Ensino Médio: um estudo à luz da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano (Tese de doutorado). Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil.
A reprovação escolar embora considerada à primeira vista como um evento muitas vezes negativo e indesejado durante o processo formativo, pode funcionar, segundo professores, pais e até alunos como um mecanismo de seleção, coerção e justiça. Tal processo retém aqueles alunos que não conseguiram alcançar os conhecimentos necessários e os objetivos
mínimos preconizados pelo currículo. Os efeitos da reprovação podem ir muito além do atraso de um ano na vida do estudante, podendo resultar na mudança de planos para o futuro, conflitos com os pais, perda de oportunidades de emprego, ações preconceituosas, perda de amizade dentre outros. Por outro lado, argumenta-se que a reprovação pode ser encarada
como uma segunda chance para se aprender os conteúdos ou até mesmo para que os alunos amadureceram e adquiram novos comportamentos. Nesse estudo utilizamos a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano (TBDH), uma teoria contextualista que se ancora num modelo chamado PPCT, que são as iniciais dos elementos: Processo Proximal, Pessoa,
Contexto e Tempo, pilares do desenvolvimento. Estudamos a vivência da reprovação escolar por estudantes de uma escola pública de Ensino Médio utilizando a TBDH. Foi feito um estudo longitudinal com três tempos de coleta, onde foram coletadas informações sobre histórico de reprovações, suas causas, opiniões a respeito desse processo e especialmente sobre a sua vivência no ano da reprovação escolar. No primeiro momento, antes da
reprovação, 306 alunos responderam a questionários sobre essa temática. Nos segundo e terceiro momentos foram entrevistados 10 alunos aprovados e reprovados bem como 7 de seus professores a fim de se estudar a vivência da reprovação dentro do Microssistema escola.
As entrevistas foram transcritas e analisadas por meio da Análise de Conteúdo. Como resultados, observamos que os professores, mesmo sem compreender seu papel, não abriam 9 mão da reprovação como um mecanismo de justiça e amadurecimento para os alunos que por sua vez, assumiram a responsabilidade por ela. Alunos aprovados e reprovados avaliaram
negativamente a estrutura física do Microssistema escola, mas reconheceram a qualidade de ensino comparada à vivenciada em escolas anteriores. Os alunos reprovados tiveram uma visão mais negativa dos professores e dos conteúdos quando comparados com os aprovados. A reprovação produziu reações dos pais como brigas, castigos e decepção, indicando o estabelecimento de Processos Proximais Inversos nessas relações. Os professores se queixaram que os pais não se importavam nem gastavam tempo na educação dos filhos, atribuindo assim um desequilíbrio nesse Mesossistema que prejudicaria a aprendizagem. Os alunos aprovados tinham a ideia de que a reprovação aconteceu porque os alunos não levaram a escola a sério nem se esforçaram embora fossem capazes de aprender se quiserem, atribuindo apenas às características de Pessoa em vez de considerarem outros elementos do
desenvolvimento humano. Eles acreditavam que a reprovação tinha como dano principal o atraso para os planos de vida. Os maiores impactos relatados pelos alunos por conta da reprovação foram o atraso e a maior
dificuldade para a realização dos projetos de vida. Os alunos ainda tinham planos de entrar para o Ensino Supe ior, seguir carreira militar ou ingressar imediatamente no mercado de trabalho. Os alunos aprovados também mostraram interesse em ingressar na universidade, entretanto, suas escolhas eram menos ambiciosas uma vez que buscavam cursos menos concorridos. Alunos aprovados e reprovados apresentaram grande força de proximidade em
suas redes de apoio psicossocial. Palavras-chave: Reprovação escolar; Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano; Vivência escolar.

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