Entre o prazer e o sofrimento: o trabalho do magistrado trabalhista sob a perspectiva da psicodinâmica do trabalho
Nome: WANESSA BORGES DE MENDONÇA BRAGANÇA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/09/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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THIAGO DRUMOND MORAES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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RAFAEL DA SILVEIRA GOMES | Examinador Externo |
SÁVIO SILVEIRA DE QUEIROZ | Examinador Interno |
THIAGO DRUMOND MORAES | Orientador |
Resumo: A presente pesquisa qualitativa visou a analisar como se dão os processos psicodinâmicos de prazer e sofrimento vivenciados pelos magistrados trabalhistas do Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Espírito Santo (TRT-ES) nas situações de trabalho, isto sob a ótica da teoria da Psicodinâmica do Trabalho (PDT), referencial teórico norteador do estudo. O estudo foi instrumentalizado por meio de entrevistas com roteiro semiestruturado realizadas com doze magistrados, as quais foram divididas igualmente entre homens e mulheres, para acaso fossem evidenciadas distinções, o que não se demonstrou em análise diante do recorte da pesquisa. As entrevistas foram integralmente gravadas e posteriormente transcritas. Um protocolo de dados gerais foi fornecido aos participantes, os quais originaram dados analisados e discutidos no estudo. O critério utilizado, quanto ao número de participantes da pesquisa, foi o de saturação de cada categoria de análise, as quais foram escolhidas a priori, segundo contribuições da Análise Clínica do Trabalho (Mendes & Araújo, 2012). Uma única categoria surgiu durante a coleta dos dados das entrevistas, motivo pelo qual o estudo conta com uma categoria a posteriori, designada poder e relações de poder, compreendendo-se o poder no sentido foucaultiano. Os dados foram classificados em três eixos, dentro dos quais se situaram as categorias de análise, ponderados por meio da análise de conteúdo e das contribuições da PDT. Observou-se, conforme demonstrado nos resultados e discussão do estudo, que o excesso de trabalho e a gestão das metas através da produtividade em números são fatores relacionados ao sofrimento no trabalho, assim como outras questões referentes às condições de trabalho e aspectos das tarefas desempenhadas, contra os quais se operam estratégias individuais de defesa. As mobilizações subjetivas, nesse contexto e quanto às demais categorias identificadas, não são preferencialmente utilizadas pelos magistrados, tendo se destacado nas verbalizações dos participantes as temáticas: solidão, repetição e sofrimento ético. O fortalecimento do coletivo de trabalho a partir da criação e manutenção de um espaço de discussão foram demandados pelos magistrados quando da pesquisa, o que se compreende ser necessário para que as mobilizações subjetivas abrolhem. Quanto ao poder, este se manifestou como um dos elementos da psicodinâmica das relações intersubjetivas no trabalho.