A influência da regulação emocional dos pais no desenvolvimento infantil dos filhos: diferenças por gênero parental

Nome: ANA CAROLINA MAFFAZIOLI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/09/2020

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CRISTINA BARROS DA CUNHA Orientador

Resumo: O desenvolvimento infantil é grandemente influenciado pelos correguladores presentes na vida da criança, os quais costumam serem os pais durante a primeiríssima infância. Além disso, uma prática parental adequada é muito importante para assegurar o desenvolvimento infantil. Embora ainda pouco estudada, a regulação emocional é um dos fatores que influenciam esse desenvolvimento. Considerando que a autorregulação emocional tem impacto sobre a adaptação e desenvolvimento humanos nos diferentes contextos de interação e os pais são importantes correguladores dos filhos, uma prática parental não apoiada em capacidades de regulação emocional dos pais pode resultar em riscos para o desenvolvimento infantil. Diante disso, essa Dissertação de tem como objetivo investigar as relações entre regulação emocional parental e o desenvolvimento infantil, geral e por domínios, de filhos entre 24 e 35 meses de idade, comparando-se pais e mães. Baseado nesse objetivo, dois estudos foram realizados. O Estudo 1 foi um estudo comparativo entre pais e mães avaliar a diferença entre gêneros na regulação emocional parental. Os dados de uma amostra de 47 mães e 33 pais foram analisados descritivamente, comparando-se as médias e desvio padrão da regulação emocional parental avaliada pela EREP, Escala de Regulação Emocional Parental, composta por quatro domínios: 1- Orientação às emoções da criança; 2- Evitação das emoções da criança; 3- Falta de controle emocional; e 4- Aceitação das emoções, tanto próprias quando às da criança. O teste de Mann-Withney e de Correlação de Spearman foram usados para comparar as medidas de tendência central entre pais e mães, bem como verificar a associação entre elas e varáveis relacionadas. Os resultados mostraram que as médias maternas tendem a serem maiores do que as paternas, com diferenças significativas para os domínios “Orientação às emoções da criança” (p= 0,000) e “Aceitação das emoções, tanto próprias quanto as da criança” (p= 0,037). Referente às variáveis relacionadas, a idade dos pais se correlacionou com os domínios “Orientação às emoções da criança (rho=0,413) e “Aceitação das emoções, tanto próprias quanto as da criança” (rho=0,345), o que destaca que quanto maior a idade paterna, maior seus escores de regulação emocional naqueles domínios da EREP. Sobre as mães, o trabalho materno (horas semanais trabalhadas) se correlacionou com os escores médios de “Aceitação das emoções, tanto próprias quanto as da criança” (rho= 0,321), mostrando que as mães que trabalham mais horas semanais apresentam maior aceitação emocional. Este estudo concluiu que existem diferenças de gênero na parentalidade, o que pode ser justificado pela cultura brasileira, na qual o machismo tem impacto diferente para homens, que aprendem a suprimir suas emoções, e mulheres, que expressam mais facilmente suas respostas emocionais. Baseado no objetivo geral desta Dissertação, o objetivo do Estudo 2 foi analisar relações entre regulação emocional parental e o desenvolvimento de filhos, conduzido sob um delineamento transversal exploratório com 47 famílias com filhos entre 24 e 35 meses de idade, que foram avaliados pelo Battelle Developmental Inventory Screening, versão brasileira. Análises estatísticas descritivas foram conduzidas e Correlações de Spearman foram testadas para verificar correlações entre os domínios da regulação emocional parental pela EREP e os domínios do desenvolvimento infantil pelo BDIS-BR. Os resultados mostraram que, para as mães, o domínio “Orientação às emoções da criança” se correlacionou significativamente com o desenvolvimento infantil adaptativo (rho=0,316); enquanto que “Falta de controle emocional” se correlacionou com o desenvolvimento geral (rho= -0,304) e os domínios pessoal-social (rho= -0,340) e motor (rho= -0,328). Para os pais, “Falta de controle emocional” se correlacionou com os domínios cognitivo (rho=0,368) e comunicativo (rho=0,361) do desenvolvimento infantil. Estes resultados mostraram que as relações entre regulação emocional parental e desenvolvimento infantil diferem entre pais e mães, com uma maior tendência da regulação emocional materna se relacionar ao desenvolvimento dos filhos. Estudos com novas hipóteses são importantes para analisar os impactos da regulação emocional parental sob os filhos, explorando outras variáveis relacionadas dos pais e seus filhos

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