Expectativas sobre a conjugalidade e o parceiro amoroso de mulheres de diferentes faixas etárias, na perspectiva do relacionamento interpessoal.

Nome: JUSSARA ABILIO GALVÃO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
AGNALDO GARCIA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
AGNALDO GARCIA Orientador
EDINETE MARIA ROSA Examinador Interno
JULIA SURSIS NOBRE FERRO BUCHER-MALUSCHKE Examinador Externo
MARIANE LIMA DE SOUZA Examinador Interno
VICENTE CASSEPP-BORGES Examinador Externo

Resumo: Os relacionamentos amorosos vêm passando por diversas mudanças nas últimas décadas, o que pode influenciar as expectativas sobre a conjugalidade e o parceiro amoroso, e interferir na dinâmica do casal. A vida conjugal é um fenômeno complexo, que está em contínua relação dialética com o contexto cultural, o ambiente físico, as instituições, os grupos e a individualidade dos cônjuges. Sendo assim, esta tese de doutorado teve por objetivo geral descrever as expectativas atuais e futuras a respeito da conjugalidade e do marido, as narrativas de situações referentes a tais aspirações de mulheres casadas, de três faixas etárias, com filhos, na classe média, e identificar as diferenças e as similaridades entre as respostas e as narrações dos grupos de participantes, na perspectiva do relacionamento interpessoal de Robert Hinde. Realizou-se um estudo de casos múltiplos, qualitativo e descritivo. Foram entrevistadas 35 mulheres, sendo 11 de 20 a 30 anos (grupo A), 12 de 35 a 54 anos (grupo B) e 12 de 60 a 78 (grupo C), que estavam na primeira união conjugal, havia pelo menos um ano, residentes na Grande Vitória, ES. Na coleta dos dados, empregou-se um roteiro de entrevista episódica. Utilizou-se a análise temática dos dados, o que permitiu observar padrões de respostas acerca do tema investigado. De modo geral, constataram-se mais diferenças que semelhanças entre as respostas e as narrativas das mulheres dos três grupos. Considerando as diferenças e os aspectos mais recorrentes, como características marcantes da conjugalidade, as entrevistadas mencionaram o companheirismo, o nascimento dos filhos, os sentimentos (grupos A, B e C), as conquistas materiais e acadêmicas (grupos A e B), a paciência, o diálogo e a maturidade (grupos B e C). Sobre as expectativas atuais para a vida conjugal, as participantes declararam o desejo de conviver e envelhecer junto, o companheirismo, o diálogo (grupos A, B e C), o trabalho, a honestidade, o cuidado dos filhos (grupos A e B), o apoio mútuo, a felicidade/diversão e a saúde do casal (grupos B e C). No que toca às aspirações futuras para a díade, as mulheres mencionaram o trabalho, o anseio por conviver e envelhecer junto, os sentimentos (grupos A, B e C), a compreensão mútua, a aspiração por ter mais filhos e vê-los crescer (grupos A e B), a saúde do casal, o bem-estar dos filhos e o companheirismo (grupos B e C). Em se tratando do esposo, como aspectos mais evidentes, as entrevistadas citaram o trabalho, a honestidade, a preocupação com a família nuclear (grupos A, B e C), a valorização da família, o carinho, a educação (grupos A e B), o carinho com os filhos, a ausência de vícios e o gosto pela vida social (grupos B e C). Como expectativas atuais para o marido, elas enunciaram o desejo de permanecer e envelhecer junto, o companheirismo, o lazer (grupos A, B e C), o trabalho, o carinho e a conservação dos momentos a dois (grupos A e B), a religião, o distanciamentos dos familiares e a compreensão mútua (grupos B e C). Acerca das pretensões vindouras para o cônjuge, as entrevistadas expuseram a vontade de permanecer e envelhecer junto, o trabalho, a paciência (grupos A, B e C), a simpatia, a determinação, a honestidade (grupos A e B), a saúde do casal e do esposo, a empatia e a ajuda mútua (grupos B e C). Este trabalho contribuiu para que as participantes pudessem refletir sobre o passado, o presente e o futuro de sua conjugalidade. Ademais, coopera com os estudos no campo dos relacionamentos interpessoais, com profissionais que trabalham como essa temática, e com as pessoas leigas, em virtude da relevância das relações interpessoais para a vida dos indivíduos, os grupos e a sociedade. Finalmente, a perspectiva de Hinde permite considerar o relacionamento conjugal de forma mais ampla, levando em conta não apenas os aspectos internos à díade, mas também suas relações dialéticas com outros relacionamentos, grupos, estruturas socioculturais e o ambiente físico.

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