COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL: UM OLHAR SOBRE AS EXPRESSÕES FACIAIS DE EMOÇÃO EM TRADUTORES INTÉRPRETES DE LÍNGUA DE SINAIS-PORTUGUÊS
Nome: RAFAEL SILVA GUILHERME
Data de publicação: 25/08/2023
Banca:
Nome | Papel |
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ANA CAROLINA MACHADO FERRARI | Examinador Externo |
HADASSA RODRIGUES SANTOS | Examinador Externo |
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO | Examinador Interno |
ROSANA SUEMI TOKUMARU | Presidente |
TANIA KIEHL LUCCI | Examinador Externo |
Resumo: As expressões faciais de emoção - EFE de alegria, tristeza, raiva, nojo, medo, surpresa e o rosto
neutro (Ekman & Friesen, 1978) podem ser caracterizadas como parte da comunicação não verbal.
São espontâneas, universais, não simbólicas e são produzidas e identificadas por pessoas que se
comunicam através de línguas orais – LO e línguas de sinais - LS. Essas expressões também
compõem a gramática das LS. O tradutor intérprete de língua de sinais-português - TILSP é o
profissional que atua na comunicação através das LS e LO. Geralmente, em sua formação formal,
o TILSP aprende competências e habilidades específicas da língua, nas quais o aprendizado e o
treinamento das expressões faciais são necessários para seu desenvolvimento no ato interpretativo
tradutório. O objetivo geral desta tese foi investigar a influência da aprendizagem e da experiência
com a língua de sinais no reconhecimento e na exibição das expressões faciais de emoção
realizadas pelos tradutores intérpretes de língua de sinais-português. Para isso, foram propostos
quatro estudos independentes. No primeiro artigo, foi desenvolvida uma revisão de escopo dos
estudos sobre as EFE e a LS. Os resultados indicam que a maioria dos estudos foram realizados
com participantes surdos sinalizantes, comparando-os com pessoas sem conhecimento na língua
de sinais. A maioria dos estudos não encontraram diferenças significativas entre os grupos no
reconhecimento e ou exibição das EFE. O segundo artigo investigou se o aprendizado da língua de
sinais pode influenciar no reconhecimento das EFE de TILSP, usando imagens de faces criadas
digitalmente expressando emoções. Os resultados indicam que os profissionais não apresentaram
melhor acurácia no reconhecimento das EFE. No entanto, as imagens com rostos masculinos e
maior intensidade emocional foram estatisticamente mais reconhecidas do que estímulos com
menor intensidade e rosto feminino. No terceiro artigo, replicamos o método usado no estudoanterior, adicionando fotografias e vídeos de rostos de pessoas expressando emoções. Neste estudo,
investigamos se o aprendizado da língua de sinais pode influenciar no reconhecimento das EFE.
Os resultados indicam que os profissionais tiveram melhor desempenho em diversas tarefas de
reconhecimento facial, sendo mais rápidos e relatando menos dificuldades. Em relação aos
estímulos, as imagens com rostos das EFE digitais foram mais reconhecidas do que as outras. No
quarto estudo, buscamos investigar a influência do aprendizado ou experiência da língua de sinais
na produção das expressões faciais de emoção em TILSP. Os resultados indicam que o aprendizado
da LS não teve um impacto significativo na produção das emoções. De maneira geral, os estudos
apresentados nesta tese permitiram compreender que o aprendizado de uma língua de sinais pode
influenciar o reconhecimento das EFE em pessoas ouvintes que estudam ou atuam na área de
tradução e interpretação da língua de sinais. Entretanto, esse reconhecimento pode não ocorrer em
todas as emoções. Por outro lado, em relação à produção das EFE, nossos achados não sustentam
essa mesma influência. Os resultados desta tese podem contribuir para a formação dos TILSP,
incluindo estudos sobre as EFE, além de auxiliar e incentivar futuras pesquisas na área, ampliando
as discussões sobre as expressões de emoção na comunicação em língua de sinais.