NOTIFICAÇÕES DE VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA E ÓBITOS REGISTRADOS POR SUICÍDIO: UM OLHAR PARA OS CASOS
Nome: SCHYRLEI VIANA DA SILVA
Data de publicação: 10/04/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ALEXANDRA IGLESIAS | Presidente |
LUCIANA BICALHO REIS | Examinador Interno |
LUZIANE ZACCHE AVELLAR | Examinador Interno |
Resumo: O comportamento suicida pode ser compreendido como uma série de
comportamentos ligados ao suicídio nos quais o indivíduo provoca ou tem a intenção de
provocar lesão a si mesmo, com intenção de morte, tais como: ideações, planejamento,
tentativa e suicídio propriamente dito. No Brasil, tem-se observado um aumento expressivo
desse comportamento, indo na contramão dos dados mundiais da Organização Mundial de
Saúde. Desse modo, esse estudo objetivou analisar casos registrados de violência
autoprovocada e suicídio, ocorridos no período de 2018 a 2022, em um município do norte do
Espírito Santo. Para isso buscou-se: descrever as características gerais dos casos notificados
de violência autoprovocada e registros de óbitos por suicídio entre os anos de 2018 e 2022;
caracterizar os casos registrados de violência autoprovocada e óbitos por suicídio nas
diferentes faixas etárias; investigar o histórico de saúde, doença e cuidado registrado de casos
de comportamento suicida no município de estudo. Para que esses objetivos fossem
atingidos, realizou-se uma pesquisa quanti-qualitativa, a partir de uma pesquisa documental
via dados da vigilância epidemiológica local, dados do Sistema de Informação de
Mortalidade e prontuários. Os dados coletados foram analisados de duas maneiras: os
quantitativos via análise descritiva, com o auxílio do software SPSS; os qualitativos via
análise de conteúdo temática. De modo geral, os resultados indicaram como características
das pessoas e ocorrências de violência autorpovocada: maioria mulheres, pardas, entre 20 e
59 anos, ocorrência no domicílio, envenenamento/intoxicação, sendo o Hospital Roberto
Arzinaut Silvares a principal unidade notificadora e com encaminhamentos à rede de saúde.
Quanto aos óbitos: maioria homens, entre 20 e 59 anos, pardos, com 8 a 11 anos de
escolaridade, ocorrência no domicílio, aposentado/pensionista. Não houve diferenças
significativas em relação às faixas etárias quando comparadas aos dados gerais. A ideação
suicida, tentativa e suicídio foram os principais comportamentos apresentados. Além disso,
tem-se um cuidado centrado nos profissionais de Psicologia e Psiquiatria e em práticas
individualizantes. Por fim, destaca-se que essa pesquisa oferece um panorama do
comportamento suicida no município e o modo como vem sendo ofertado o cuidado,
possibilitando assim a reflexão da efetividade das estratégias até então adotadas. Assim,
entende-se essa pesquisa como um suporte para criação de novas estratégias, ações e políticas
públicas com foco no comportamento suicida.
Palavras-chave: Comportamento Suicida, Saúde Pública, Violência autoprovocada,
Suicídio, Cuidado.