Crenças Conspiratórias, Confiança na Ciência e Ideologia Política: efeitos nas atitudes antivacinação de brasileiros

Nome: AMANDA MARTINS PASSOS

Data de publicação: 17/06/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LUANA ELAYNE CUNHA DE SOUZA Examinador Externo
POLLYANA DE LUCENA MOREIRA Presidente
VALESCHKA MARTINS GUERRA Examinador Interno

Resumo: A vacinação é um método seguro de prevenção contra doenças infecciosas e transmissíveis, sendo o Brasil uma referência em políticas de imunização. No entanto, a hesitação e a recusa vacinal preocupam, pois aumentam a incidência de doenças que poderiam ser erradicadas pela vacinação. Dentre os fatores associados à diminuição da cobertura vacinal, destacam-se a existência de alguns indivíduos que optam por não se vacinar, podendo ser esse comportamento motivado pela crença em teorias da conspiração de cunho antivacina, pela falta de confiança nos imunizantes e nos especialistas em saúde, bem como pelos posicionamentos políticos. A pandemia de COVID-19, por exemplo, foi marcada pela disseminação de desinformações eteorias da conspiração, sendo que a crença nestas teorias pode levar indivíduos a não seguir as orientações dos especialistas ou a optar por não se vacinar contra o vírus. Neste sentido, o presente estudo buscou investigar se há um efeito da crença em teorias da conspiração, da confiança na ciência e nos cientistas, da orientação à dominância social e do autoritarismo nas atitudes antivacinação de brasileiros, considerando a divisão da amostra em grupos de orientação política de esquerda e direita. Participaram desta pesquisa 381 brasileiros, com idades variando de 18 a 75 anos, que responderam, online e presencialmente em uma universidade, a escalas de avaliação das variáveis de interesse. Os resultados apontaram que o grupo de pessoas com orientação política de esquerda apresentou um baixo índice de atitudes antivacinação e um alto índice de confiança na ciência e nos cientistas. Em contraste, no grupo de pessoas com orientação política de direita, que apresentou maiores índices de atitudes antivacinação, a análise de regressão indicou que estas atitudes podem ser explicadas pela confiança na ciência e nos cientistas, pela crença em teorias da conspiração e pelo autoritarismo. Maiores índices de autoritarismo e crença em teorias da conspiração, combinados com menores índices de confiança na ciência e nos cientistas, estão relacionados ao aumento das atitudes antivacinação nesse grupo. Os resultados encontradas para o grupo de pessoas com orientação política de direita podem refletir recente momento de pandemia de COVID-19, que intensificou a polarização política no Brasil. Por fim, destaca-se a necessidade de investigações futuras que examinem essas variáveis em diferentes contextos políticos.

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