O PASSADO NO PRESENTE: Memórias e representações para descendentes de italianos e pomeranos no estado do
Espírito Santo
Nome: HELOISA MARIA SILVA E SILVA PINTO
Data de publicação: 25/02/2025
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| ANTÔNIO MARCOS TOSOLI GOMES | Examinador Externo |
| MARCUS EUGÊNIO OLIVEIRA LIMA | Examinador Externo |
| RAFAEL MOURA COELHO PECLY WOLTER | Presidente |
| ZEIDI ARAÚJO TRINDADE | Examinador Interno |
Resumo: Pinto, H., M., S., S. (2025). O passado no presente: Memórias e representações para
descendentes de italianos e pomeranos no Espírito Santo. [Dissertação de mestrado,
Universidade Federal do Espírito Santo]
Ao longo da história, o Brasil foi destino dos mais diversos grupos étnicos. Grande parte
movida pela esperança de melhores qualidades de vida e de trabalho, se instalaram no país,
formaram comunidades prósperas e se inseriram no cotidiano da sociedade brasileira.
Algumas dessas comunidades foram criadas no estado do Espírito Santo, que se destacou
quanto à quantidade de imigrantes que recebeu entre os séculos XIX e XX. Entre esses
grupos de imigrantes se encontram os italianos e os pomeranos, cujos descendentes são, até
hoje, muito presentes na sociedade capixaba. Nesse sentido, esta dissertação conduziu uma
análise de elementos do pensamento social de descendentes de imigrantes italianos e
pomeranos que se instalaram no Brasil, mais especificamente no estado do Espírito Santo. A
partir da localização desta pesquisa no campo da Psicologia Social, foram realizados dois
estudos, um com o grupo de descendentes de italianos, do qual participaram 10 pessoas, e, o
outro, de pomeranos, com 9 participantes. O método de coleta dos dados pretendidos foram
roteiros de entrevista semiestruturados. Nesses estudos, fez-se uso da técnica da análise de
conteúdo para explorar os dados das entrevistas realizadas. De modo a alcançar as nuances do
pensamento social dos grupos acerca de suas pertenças sociais, fez-se uso de algumas teorias
que permitiram acessar aspectos do passado e do presente compartilhado. Utilizou-se a teoria
da aculturação para tecer o pano de fundo da discussão, de modo a melhor compreender as
vivências do passado dos grupos e as primeiras relações estabelecidas com a sociedade
brasileira. Nesse ponto, observou-se que o grupo dos descendentes de italianos narram uma
vivência que se assemelha à da assimilação, ao passo que os descendentes de pomeranos
relatam uma que se aproxima da separação/segregação. A partir dessa compreensão, fez-se
uso de conceitos do campo de estudo da memória social, atrelados à elementos das Teorias da
Identidade Social e das Representações Sociais, para analisar as maneiras pelas quais o
passado dos grupos transparecia em seus relatos. Nesse ponto discutiu-se o papel da história
formal na constituição da memória dos grupos, bem como os principais pontos ao redor dos
quais se concentram as representações da memória coletiva. Por fim, e de maneira a encerrar
os estudos, buscou-se utilizar a Teoria das Representações Sociais para analisar a forma pela
qual os grupos pensam suas pertenças sociais, a étnica e a brasileira. Nesse ponto, notou-se
que o grupo dos descendentes de italianos organiza o pensamento compartilhado acerca de
suas identidades em dois conjuntos representacionais, separando os aspectos da identidade
brasileira dos da italiana, ao passo que os descendentes de pomeranos parecem ordenar esse
mesmo pensamento em uma única lógica representacional, que une a identidade étnica à
brasileira. Por fim, fez-se uma comparação dos elementos investigados nos estudos, que
encontraram, como similaridades, tanto a forma como os grupos se utilizam da história oficial
quanto alguns dos aspectos que organizam as representações sociais que engendram acerca de
seus passados.
Palavras-chave: Memória social, identidade social, representações sociais, italianos,
pomeranos
