Moralidade e Trapaça: Um Estudo com Crianças de 5 e 10 Anos

Nome: ALICE MELO PESSOTTI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/08/2010
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO CARLOS ORTEGA Orientador
HELOISA MOULIN DE ALENCAR Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIO CARLOS ORTEGA Orientador
MARIA TERESA CERON TREVISOL Examinador Externo
SÁVIO SILVEIRA DE QUEIROZ Examinador Interno

Resumo: Este estudo tem por objetivo investigar, em uma perspectiva psicogenética, a trapaça no que diz respeito à relação entre o juízo hipotético, a observação da ação e o juízo da própria ação de crianças em uma situação de jogos de regras, com base na teoria piagetiana. Participaram desta, 40 crianças de duas escolas particulares do município de Linhares ES, com idades de 5 e 10 anos, distribuídas igualmente de acordo com a idade e o sexo. Realizamos esta pesquisa utilizando os seguintes instrumentos: uma história e um roteiro de entrevista envolvendo a trapaça no Jogo da Velha; o jogo Cara a Cara e um roteiro de entrevista pós jogo Cara a Cara. A pesquisa foi realizada em três fases: (a) juízo hipotético sobre a trapaça, (b) observação da ação da trapaça e (c) juízo a respeito da ação da trapaça. Os resultados nos permitiram observar, quanto ao juízo hipotético sobre trapaça, que ao serem solicitadas a estabelecerem um juízo a respeito da atitude narrada, a totalidade dos participantes disse que o ato de trapacear estava errado, sendo que o maior número de justificativas mencionadas entre as crianças de 5 anos foi argumentos circulares. Em contrapartida, a categoria citada mais vezes pelos participantes de 10 anos foi desobedeceu à regra do jogo. No que concerne à observação, foi possível notar que, na ausência da experimentadora, a trapaça ocorreu mais entre as crianças de 5 anos que entre as de 10 anos. Contrariamente, na presença da experimentadora, não foi verificada diferença relevante na freqüência de trapaça entre as duas idades. Além disso, constatamos uma variedade de comportamentos para trapacear. Em relação ao juízo a respeito da ação da trapaça, notamos que, quando perguntados indiretamente sobre a ação, as crianças de 5 anos fazem menção mais freqüentemente a respeito da trapaça. Do mesmo modo, ao perguntarmos diretamente sobre a atitude mantida durante o experimento, mais crianças de 5 anos dizem ter trapaceado que de 10 anos. Por meio destes resultados, foi possível notar que as crianças sabem que trapacear não é correto, mas muitas trapaceiam e poucas admitem, principalmente entre os mais velhos. Dessa maneira, este trabalho contribui para o estudo da moralidade porque, ao demonstrar a importância da dimensão da ação, pode oferecer subsídios para um trabalho de educação moral.

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