A Questão da Direção Automotiva após a Ingestão de Bebida Alcoólica: Considerações sobre Ações Estatais de Enfrentamento

Nome: ANDREA DOS SANTOS NASCIMENTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/08/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CYNTHIA REJANNE CORREA ARAUJO CIARALLO Examinador Externo
EDINETE MARIA ROSA Examinador Interno
FABIÁN JAVIER MARÍN RUEDA Examinador Externo
MARISTELA DALBELLO DE ARAUJO Examinador Interno
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Orientador

Resumo: No campo do conhecimento psicológico a Psicologia do Trânsito é área de especialização profissional e de pesquisa reconhecida. Desenvolveu-se com foco inicial na avaliação psicológica de motoristas, em processo que envolve justificativas científicas, sociais e mercadológicas. Questões suscitadas pela complexidade crescente das condições nas quais as pessoas transitam geraram novas demandas a serem compreendidas e enfrentadas, nos campos da saúde, educação, cultura, relações sociais e segurança. Uma dessas questões diz respeito aos acidentes de trânsito, que envolvem condutores de veículos de todos os tipos, assim como adultos e crianças que sejam passageiros ou pedestres. Há evidências expressivas de que a prática de dirigir após ingestão de bebida alcoólica é fator associado a muitos acidentes, o que contribuiu para que tal problema fosse incorporado à agenda política brasileira. Desde 2003 o Estado do Espírito Santo realiza um conjunto de ações fiscalizadoras e educativas com objetivo de coibir tal prática, com foco em motoristas jovens. O presente trabalho buscou conhecer e analisar o contexto de realizações e dificuldades em que essas ações estatais se desenvolveram, de acordo com a percepção de entrevistados a elas relacionados. São eles: formuladores do programa de ação, executores das ações (policiais militares, técnicos do Detran-ES, e um delegado); e motoristas jovens. Foram entrevistados vinte e cinco policiais militares e dez técnicos do Detran-ES que atuam no programa, sessenta motoristas com idade máxima de trinta anos, três gestores que participaram da formulação das ações, e um delegado de polícia. Os resultados foram organizados e interpretados a partir de análise de conteúdo, exceto as narrativas dos policiais militares, para as quais foi utilizado software de análise textual Alceste. Os resultados mostraram que policiais, educadores e motoristas percebem os resultados das ações, assim como as dificuldades enfrentadas, a partir de perspectivas distintas. Policiais criticaram aspectos operacionais na fiscalização e falhas na legislação. Educadores criticaram as condições de trabalho e o fato de suas ações serem pouco prestigiadas. Jovens motoristas apontaram exigência excessiva da legislação, fatores atuantes que deveriam ter sido considerados, e forneceram poucos indícios de compreensão de estar em jogo um contexto no qual a relação entre interesse público e privado é aspecto essencial. Há conformidade de tal quadro com o tipo de inserção de cada um desses grupos na questão, mas ainda assim foram promissoras as muitas convergências. Houve concordância a respeito da proposta ser bem aceita pela população. Ficou evidenciado que todos admitem ser irresponsabilidade dirigir alcoolizado e compreendem os riscos envolvidos. Participantes dos três grupos mencionaram ocorrências positivas em termos de redução de danos.

Palavras-chave: acidente de trânsito; blitz; educação para o trânsito; avaliação psicológica de motorista; programa madrugada viva.

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