Moralidade e Adolescência: Regras, Projetos de Vida e Dependência Química

Nome: JANINE MARINHO DAGNONI NEIVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/12/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALLINE NUNES ANDRADE Examinador Externo
EDGAR SCHNEIDER Examinador Externo
LUIZ GUSTAVO SILVA SOUZA Examinador Interno
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Orientador
SÁVIO SILVEIRA DE QUEIROZ Examinador Interno

Resumo: A adolescência é considerada a fase da vida caracterizada por vulnerabilidades e oportunidades de desenvolvimento. O presente estudo objetivou estudar essa fase buscando investigar concepções e juízos dos participantes, a respeito de regras, projetos de vida e dependência química, a fim de encontrar fatores com eles relacionados que pudessem sugerir desafios e oportunidades para o desenvolvimento saudável de adolescentes. Participaram cinco díades compostas por um jovem adolescente usuário de substâncias psicoativas, participante de atividades de um CAPS/ad, e por um irmão dele, não usuário, com diferença de idade de até 5 anos. Cada participante se submeteu a entrevista individual para investigar concepções e juízos, em três fases: a primeira objetivou conhecê-los a respeito de regras presentes no contexto familiar e de amizades apresentadas pelos participantes; a segunda, a respeito de seus projetos de vida e a terceira, sobre a problemática da dependência química. Os dados foram analisados descritivamente com indicação da incidência de respostas. Foram organizados em categorias, por sua vez agrupados em blocos temáticos quando isso contribuísse com a análise. Os resultados relativos ao primeiro tema mostram diferenças entre os contextos, como a presença marcante da autoridade microssistêmica no contexto familiar, para os usuários, como formuladora de regras de controle, enquanto para os não usuários essas regras resultariam de acordo mútuo a favor da convivência marcada por relações recíprocas. Os não usuários destacam sua percepção de regras mais flexíveis e ausência de autoridade reguladora na amizade, o que leva a maior liberdade, em tal contexto, para expressão de si e de suas vontades. Os resultados indicam que os usuários de drogas estejam em nível mais heterônomo de consciência das regras que seus irmãos não usuários. Resultados referentes ao segundo tema mostraram que os projetos de vida dos usuários são egocentrados, enquanto alguns não usuários relataram projetos baseados em princípios da ética. Usuários mostraram ter dificuldade para elaborar estratégias eficientes para alcançar seus projetos, revelando-se dependentes de fatores sobre os quais não têm controle, o que evidencia heteronomia. Resultados referentes ao terceiro tema mostram que não usuários referem-se ao usuário identificando-o com clareza como dependente químico, enquanto usuários revelaram ambivalência quanto à concepção de si mesmos como dependentes, identificando fatores externos como responsáveis por sua condição, esquivando-se de responsabilidade, com prejuízo para o prognóstico. Considerando a articulação entre os três temas, é possível dizer que usuários de drogas mostraram menor autonomia e não utilizam autorregulação intencional com direcionamento sustentável ao estabelecerem seus projetos de vida e buscarem estratégias para alcançá-los. Isso os deixa vulneráveis e favorece o aumento da manifestação de comportamentos indesejáveis. A necessidade de estímulo a práticas adolescentes que favoreçam o desenvolvimento da autonomia, a assunção de responsabilidades e as escolhas associadas a oportunidades de desenvolvimento saudável são evidenciadas pelos dados obtidos.

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