Eu bebo sim e estou vivendo: Qualidade de Vida, Masculinidade, Padrões de Consumo de Álcool e Representações Sociais de Bebida Alcoólica para Homens Usuários de Unidade de Saúde da Família

Nome: ANA CLAUDIA FERREIRA SANCHES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 20/10/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUIZ GUSTAVO SILVA SOUZA Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO Examinador Interno
SABRINE MANTUAN DOS SANTOS COUTINHO Examinador Externo
ZEIDI ARAUJO TRINDADE Orientador

Resumo: A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem propõe formas diferenciadas de atuação de equipe de saúde no atendimento da população masculina, uma vez que este público demanda estratégias diferenciadas de serviço. Ao se deparar com a realidade vivenciada pelos homens, surgem várias questões acerca do estereótipo social construído acerca das características masculinas e suas vivências. O objetivo da pesquisa foi compreender alguns aspectos relevantes para as práticas de saúde de homens usuários de Unidade de Saúde da Família, como qualidade de vida, consumo de álcool, representações sócias da bebida alcoólica e características de masculinidade. Foi utilizada uma amostra de 300 homens, freqüentadores de Unidade de Saúde da Família, e aplicado um questionário contendo os dados sociodemográficos, o World Health Organization Quality of Life (Whoqol-bref), O Bem Sex-Role Inventory (BSRI), u exercício de evocação sobre bebida alcoólica, o Alcohol Use Disorders Indentification Test (Audit) e um bloco para verificar os problemas ocasionados pelo consumo de álcool e a procura por tratamento. Os dados dos instrumentos quantitativos foram analisados com testes estatísticos de comparação de médias e de correlação. Os dados das evocações foram analisados com o software EVOC (Ensemble de Programmes Permettant IAnalyse des Évocations). Na primeira análise, constatou-se adesão mais alta a características femininas, alta percepção de qualidade de vida e padrões de consumo de álcool semelhantes às médias nacionais. Homens que declaram praticar sua religião apresentaram média significante menor de consumo de álcool. Apresentaram correlação inversamente proporcional ao consumo de álcool as características femininas de gênero, os domínios físico, social, psicológico e percepção global de qualidade de vida. Na análise das evocações, constatou-se que os elementos com tendência à centralidade são, em sua maioria, de cunho negativo. Os dados da população geral apresentou o termo gostoso como um aspecto positivo e central da bebida alcoólica. O grupo de abstinentes não apresentou avaliação positiva do termo e o grupo de bebedores apresentou o termo diversão na primeira periferia, referindo-se aos aspectos positivos e de socialização da bebida alcoólica. Os resultados indicaram uma qualidade de vida satisfatória, a religião e as características femininas destacaram-se como um fator de proteção ao uso de bebida alcoólica. Apresentaram, ainda, percepção dos problemas associados ao próprio consumo. Apesar da maioria dos termos relacionados à bebida alcoólica ser negativo, este consumo ainda se dá em um nível considerável. Por isso, se faz necessária a construção de vínculo entre o profissional e o usuário do serviço de saúde a fim de dar oportunidade para que as reais práticas sobre a bebida alcoólica sejam evidenciadas. Esses dados podem ajudar a profissionais de Saúde da Família a refletirem sobre as representações sociais que constroem acerca dos homens de classe popular usuários do serviço.

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