As Artimanhas do Sagrado: Sujeitos Religiosos e a Construção de Representações Sociais Importantes à Formação Identitária

Nome: DIEMERSON SAQUETTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/10/2013

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
INGRID FARIA GIANORDOLI NASCIMENTO Examinador Externo
JOSÉ VAZ MAGALHÃES NÉTO Examinador Externo
MARIANA BONOMO Examinador Interno
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Examinador Interno
ZEIDI ARAUJO TRINDADE Orientador

Resumo: A religião é um relevante operador de sentido social que, ao contrário do que professavam as doutrinas sociológicas defensoras da secularização, metamorfoseou-se no contemporâneo, possibilitando a gestão identitária de grupos que se compreendem a partir da dinâmica representacional de suas igrejas de filiação. A presente tese buscou compreender os processos estruturadores que dão origem à identidade social de três grupos religiosos: evangélico, católico e afroconfessional (umbandistas e candomblecistas), por intermédio da articulação entre a teoria das Representações Sociais e a teoria da Identidade Social. Os dados foram obtidos através de um instrumento submetido aos fiéis religiosos: evangélicos (n=104), católicos (n=102) e afroconfessionais (n=35), contemplando questões de evocação, com a finalidade de se obter a representação social de objetos considerados importantes para a formulação identitária. Os dados foram trabalhados com a ajuda do software Evoc-2003 e categorizados segundo os critérios da Análise de Conteúdo. Os resultados obtidos apontam para a forte coesão grupal possibilitada pela religião e por um sistema de proteção endogrupal marcado por um processo de autoestereotipia positiva. Os imaginários sociais e as forças ideológicas, aliaram categorização social e comparação social na gestão de identidades possíveis por justificativas cognitivas, afetivas e avaliativas que tinham por base a doutrina religiosa. Os exogrupos são associados à imagens representacionais negativas, e por vezes, demonizadas. As defesas por negação foram marcadas pela história de objetivações de imagens partilhadas nas relações intergrupais. Os católicos apresentaram um tônus identitário marcado por sua constituição enquanto grupo dominante e hegemônico, e com representações sociais dinamizadas pelo processo de polifasia cognitiva. Os evangélicos apresentaram uma identidade social associada à necessidade de reconhecimento social, posturas de enfrentamento e justificações próprias do imaginário bíblico. Os afroconfessionais, por sua vez, configuraram uma identidade social elaborada na sua história de resistências, no sincretismo e pela miscigenação, aliando identidade religiosa à identidade étnica. Elementos que tornaram possível a análise de seu grupo como estruturado enquanto uma "minoria ativa", e não passiva no jogo de influências sociais.

Palavras-chave: religião; representação social; identidade social; estereótipos; evangélicos; católicos; afroconfessionais.

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