Interação Mãe-Bebê e uso de Chupeta no Contexto do Nascimento Pré-termo: Cultura, Representações Sociais e Processos Proximais
Nome: ELÂINE CRISTINA VARGAS DADALTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 21/07/2014
Orientador:
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Papel |
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EDINETE MARIA ROSA | Orientador |
Banca:
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DENISE ASCENÇÃO KLATCHOIAN | Examinador Externo |
EDINETE MARIA ROSA | Orientador |
JONATHAN RICHARD HENRY TUDGE | Examinador Externo |
KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA | Examinador Interno |
MARLY ALMEIDA SALEME DO VALLE | Examinador Externo |
Resumo: Objetivo:Investigar a avaliação de mães derecém-nascidos pré-termo (RNPT) egressos de unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN) quanto à interação mãe-bebê e uso de chupeta nos primeiros dois anos. Método: O planejamento do estudo longitudinal foi baseado na Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, com foco nos processos proximais (PP), utilizando entrevistas gravadas com 62 mães de RNPT no contexto da UTIN e 33 aos seis, 12, 18 e 24 meses de idade do bebê, considerando Grupo - A (chupeta) e Grupo - B (não usou chupeta). Resultados: A vivência em UTIN foi considerada evento impactante na vida das mães, mas expectativas futuras para a relação mãe-bebê foram positivas. A tentativa de oferta da chupeta foi 96,2% e seu uso aos seis meses foi 50% (n=52), significativamente associado com prematuridade pela relação peso/idade - gestacional (p-valor=0,044), dificuldades para estabelecer aleitamento materno exclusivo (AME) (p=0,012) e primiparidade (p=0,02). Apresentaram relação com menor frequência de chupeta: AME ≥3 meses (p=0,026) e tempo de aleitamento materno ≥6 meses. A chupeta configurou-se como uma das representações sociais sobre objetos de bebê, elaboradas pelas participantes aos 12 meses de idade do bebê. Características de temperamento calmo/tranquilo da mãe foram mais frequentes no Grupo - A e
o temperamento nervoso/agitado/irritado no Grupo - B (p-valor=0,041). No Grupo - A predominou o temperamento do bebê calmo/fácil - de - cuidar/independente, enquanto no Grupo - B as características de temperamento agitado/bagunceiro/teimoso/agressivo (p-valor=0,026), associado também à necessidade de várias tentativas de oferta da chupeta (p-valor=0,006). No Grupo - A, o número de pessoas para apoio social foi uma ou duas (77,8%), enquanto no Grupo - B foram três a sete (66,7%), p-valor=0,001. A contribuição da chupeta como auxiliar nos PP foi indiferente para mães que controlavam o hábito, enquanto o uso irrestrito facilitava a resolução do choro, liberando a mãe para outras tarefas, atuando como limitador dos PP. A análise da evolução e complexidade dos PP demonstrou não haver interferência pelo uso da chupeta, tendo sido mais efetivos quando as mães tinham maior escolaridade e nas classes econômicas A e B. Conclusão: Aspectos culturais influenciaram na oferta da chupeta, mas sua aceitação ocorreu principalmente em RNPT pequeno para idade gestacional, diante das dificuldades para AME, menor extensão do apoio social e temperamento do bebê calmo/fácil-de-cuidar/independente, também associado à aceitação mais fácil da chupeta. O uso irrestrito da chupeta demonstrou atuar como limitador dos processos proximais.