Processos Identitários e Saúde Reprodutiva: Estudos com Um Grupo de Doulas

Nome: CAMILA NOGUEIRA BONFIM DUARTE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/02/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUIZ GUSTAVO SILVA SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
KIRLLA CRISTHINE ALMEIDA DORNELAS Suplente Externo
LUIZ GUSTAVO SILVA SOUZA Orientador
MARIA CRISTINA BATONI ABDALLA RIBEIRO Examinador Interno
PAULO ROGÉRIO DA COSTA COUCEIRO Suplente Interno
SABRINE MANTUAN DOS SANTOS COUTINHO Examinador Interno

Resumo: Tendo em vista a importância do apoio oferecido às mulheres pelas doulas, e sua crescente atuação no cenário mundial e brasileiro a pesquisa relatada nesta dissertação buscou investigar processos identitários de um grupo de doulas que atua em conjunto, tendo como base a Teoria da Identidade Social. Para isso foram realizados dois estudos com um grupo de cinco doulas, com nome fictício Bem Nascer, atuante em uma cidade do estado do Espírito Santo. Elas concordaram, voluntariamente, em participar desta pesquisa. Os dois estudos são apresentados em formato de artigo para apresentar os resultados e discussões de forma estruturada. O primeiro artigo apresenta os resultados obtidos através de observação participante, realizada em dez encontros mensais sobre gestação e parto, promovidos pelo grupo Bem Nascer junto a gestantes. Foi produzido um diário de campo, cujos dados são analisados a partir do método hermenêutico-dialético (Minayo, 1992). Foram identificadas três categorias: 1) Descrição dos encontros; 2) Cenas de interações com o endogrupo; 3) Cenas de interações com exogrupos. Observou-se que as doulas, nas interações com as gestantes, exerciam papeis tais como: amigas; instrutoras-esclarecedoras; profissionais; militantes feministas; e que valorizavam homens pró-parto e médicos humanizados em detrimento de homens tradicionais e médicos tecnocratas. Infere-se que essa valorização ocorre por categorização cruzada. Verificou-se que as contribuições das doulas para a saúde reprodutiva eram condizentes com diretrizes do sistema público de saúde brasileiro e que elas disseminavam ideais feministas para mulheres de classe média. O segundo artigo utiliza entrevistas individuais semiestruturadas, analisadas através da análise de conteúdo temática (Bardin, 1977), que permitiu identificar 134 temas e seis categorias. Os processos identitários das doulas estão ligados à militância feminista, ao movimento de humanização do parto, e ao pertencimento a um grupo de trabalho que constitui laços profissionais, de amizade e confiança. Há atitudes negativas quanto à maioria dos profissionais de medicina, com exceção daqueles percebidos como humanizados. Observa-se que doulas estão construindo processos identitários ligados ao feminismo; e que o ativismo, o grupo de trabalho das doulas e a promoção de encontros com mulheres grávidas constituem estratégias de mudança social, contribuindo para a transformação da assistência à saúde e das relações de gênero.
Palavras-chave: cuidado pré-natal; doulas; saúde reprodutiva; atitudes; feminismo; identidade social.

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