Crenças e atitudes sobre atendimentos em grupo na Atenção Básica à Saúde, no município de Vitória-ES.
Nome: YUSHIARA EMILY VARGAS VELEZ
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/02/2019
Orientador:
Nome |
Papel |
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| LUIZ GUSTAVO SILVA SOUZA | Orientador |
Banca:
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Papel |
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| DIEMERSON SAQUETTO | Examinador Externo |
| MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO | Examinador Interno |
| PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO | Examinador Interno |
| SABRINE MANTUAN DOS SANTOS COUTINHO | Examinador Interno |
Resumo: O objetivo desta tese foi conhecer, de forma exploratória, as atitudes e crenças sobre os atendimentos em grupo na Atenção Básica à Saúde construídas por usuários que participam e por aqueles que não participam de um grupo, e as possíveis associações significativas entre crenças e atitudes e essas condições de participação. Foram realizados três estudos, o que permitiu, para a tese como um todo, a adoção de método misto com abordagem de triangulação metodológica. Os dois primeiros estudos foram feitos de acordo com a abordagem qualitativa e o terceiro, quantitativa. O primeiro estudo apresenta os resultados obtidos por meio das entrevistas semiestruturadas com vinte usuários de ambos sexos que participavam de grupo, analisadas através da Análise de Conteúdo Temática. Emergiram 54 temas e 4 categorias: 1) Percepções sobre características e funções dos atendimentos em grupo; 2) Percepções sobre resultados dos atendimentos em grupo; 3) Percepções sobre dificuldades relativas aos atendimentos em grupo; e 4) Sentidos atribuídos aos atendimentos em grupo por familiares, segundo os usuários. Observou-se que as práticas de saúde, nos atendimentos em grupo, segundo as crenças e atitudes dos usuários, ainda estão centradas no paradigma biomédico tradicional, e na transmissão unilateral de informações, colocando os profissionais como únicos portadores do saber legítimo. O segundo estudo apresentou resultados obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas com vinte usuários de ambos sexos que não participavam de um grupo, analisadas através de Análise de Conteúdo Temática. Foram identificados setenta temas e quatro categorias: 1) Crenças sobre características e funções dos atendimentos em grupo; 2) Crenças sobre as condições para participar dos atendimentos em grupo; 3) Crenças sobre aspectos negativos dos atendimentos em grupo e 4) Crenças sobre relações entre os atendimentos em grupo e o sistema de saúde. Observou-se que os usuários classificaram os grupos como informativos, como espaços para criar vínculos de amizade, de companheirismo, como espaço para gerar renda e trabalho. Referiram que os grupos são destinados para um público específico, com alguma doença, para comunidades carentes e para pessoas desempregadas; que, para participar desses grupos, eles precisariam de um convite ou apresentar algum problema de saúde específico. Os grupos foram visto como aulas. Discute-se que essas crenças podem ser obstáculos à implantação dos atendimentos grupais na Atenção Primária à Saúde. O terceiro estudo apresenta resultados obtidos por meio de um questionário baseado em escala tipo Likert com 187 usuários de ambos sexos, os dados obtidos foram tabulados e processados com auxílio do software SPSS e as relações entre as variáveis foram identificadas com teste t para amostras independentes, coeficiente de correlação de Pearson e análises de Regressão Hierárquica. Verificou-se que as atitudes em relação aos grupos foram positivas, que os usuários que participam de grupos manifestam interesse de continuar participando dos grupos, o que não acontece com aqueles que não participam. Esse último grupo mostrou-se menos tendente a discordar de atitudes negativas e a adotar crenças que podem se constituir como obstáculos para os grupos. Os resultados reforçam a necessidade de trabalhar crenças inadequadas e a percepção das dificuldades para assim poder aumentar a chance de participação e a pertinência dos grupos para a Atenção Básica em Saúde.
