Enfrentamento do divórcio parental por crianças e adolescentes

Nome: CLAUDIA PARESQUI ROSEIRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 28/11/2018
Orientador:

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KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA Orientador

Banca:

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KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA Orientador

Resumo: Este estudo buscou investigar como crianças e adolescentes enfrentam a situação de divórcio parental, considerando os estressores específicos desse contexto e as relações entre enfrentamento, eventos de vida, apoio social, temperamento, estresse, problemas de competência, e problemas emocionais e de comportamento. Para tanto, realizou-se pesquisa empírica de delineamento transversal, descritivo e correlacional, com 60 crianças/adolescentes (58,33% meninas), com idade entre 10-14 anos (M= 12,12 anos), e seus pais/responsáveis, com idade entre 28-52 anos (M= 37,6 anos), envolvidos em processos judiciais em Varas de Família de um Fórum da Região Metropolitana de Vitória/ES. Os seguintes instrumentos foram aplicados: Roteiro de Entrevista Semiestruturada para Caracterização Familiar; Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 6 e 18 anos (CBCL 6-18 anos); Escala de Eventos Percebidos para Adolescentes (APES), Social Support Appraisals (SSA – versão brasileira); Questionário de Temperamento Adolescente - Revisado (EATQ-R); Escala de Stress Infantil (ESI); e Escala de Enfrentamento do Divórcio Parental. Quanto ao enfrentamento, no geral, para estressores do divórcio parental, crianças/adolescentes apresentaram escores maiores de reação emocional Tristeza e menores de satisfação da necessidade psicológica de Autonomia. Houve maior uso de famílias ou macrocategorias de enfrentamento mal adaptativas, sobretudo Oposição, Fuga e Desamparo. Os seguintes resultados foram obtidos por meio de análises de regressão logística multivariada e univariada: participantes com maior Enfrentamento Adaptativo obtiveram escores maiores de: (a) Reações Psicofisiológicas, e (b) Afiliação; e aqueles com maior Enfrentamento Mal Adaptativo: (a) escores maiores de Reações psicológicas, (b) escores maiores de Afeto Negativo, e (c) tempo de divórcio menor que 5 anos. Os participantes com maior risco para problemas de competência total foram aqueles com (a) escores menores de Extroversão, (b) relação coparental intermediária, e (c) convivência familiar quinzenal. Maior risco para a ocorrência de problemas de competência em atividades se apresentou naqueles com maiores escores de (a) Reações Psicológicas, (b) Reações Psicológicas com Componentes Depressivos, e (c) estresse total. Maior risco para problemas de competência social foram aqueles com (a) menores escores de Reações Físicas, (b) menores escores de apoio social dos Outros, (c) menores escores de Reações Psicológicas, (d) menores escores de estresse total, e (e) menor número de eventos percebidos. Já os participantes com maior risco para problemas de competência escolar foram aqueles com tempo de divórcio entre 3 e 4 anos. Crianças e adolescentes com maior risco para problemas de comportamento total apresentaram (a) maiores escores de Afeto Negativo, (b) maior número de mudanças pós-divórcio, (c) maior número de eventos negativos, e (d) menor escore de Controle com Esforço. Para problemas internalizantes, o risco foi maior quando havia (a) escores menores de Extroversão, (b) nível de estresse na fase de Alerta, e (c) menores escores de apoio social dos Amigos, dos Outros e Total. O maior risco para problemas externalizantes se apresentou para aqueles com maior número de mudanças pós-divórcio. Constatou-se que níveis de estresse e suas diversas manifestações constituíram-se em importantes fatores de risco que aumentam a probabilidade de ocorrência dos problemas na amostra, assim como maior número de mudanças e eventos negativos no pós-divórcio. Arranjos de convivência familiar quinzenal e relação coparental intermediária associaram-se a problemas de comportamento. Verificou-se na amostra que os fatores de temperamento Afiliação, Extroversão e Controle com Esforço relacionaram-se a resultados mais positivos, enquanto Afeto Negativo se relacionou a resultados negativos. Por fim, a variável apoio social atuou diminuindo a probabilidade de problemas de competência e de problemas emocionais e de comportamento. Maior compreensão dos fatores relacionados ao modo como crianças e adolescentes lidam e vivenciam o divórcio dos pais oferece subsídios importantes para intervenções com esta população, ampliando a oferta de serviços de promoção de saúde em situação de rompimento familiar

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