Trajetórias de vida e mudança de identidade sexual: quando não se encontra o pote de ouro no final do arco-íris
Nome: ODACYR ROBERTH MOURA DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/06/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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MARCO AURÉLIO MÁXIMO PRADO | Examinador Externo |
MARIA CRISTINA SMITH MENANDRO | Orientador |
PRISCILLA DE OLIVEIRA MARTINS DA SILVA | Suplente Interno |
REBECA VALADÃO BUSSINGER | Coorientador |
SABRINE MANTUAN DOS SANTOS COUTINHO | Suplente Interno |
Páginas
Resumo: O objetivo deste trabalho foi conhecer as trajetórias de vida de indivíduos que alegaram ter mudado sua identidade sexual de homossexual para heterossexual. Especificamente, buscou-se analisar fatores desencadeantes e consequências da descoberta e abandono da homossexualidade, bem como compreender a diversidade de experiências relacionadas à vida familiar, social e religiosa na trajetória de vida destes sujeitos. Trata-se de um estudo exploratório, qualitativo, de corte transversal. Participaram quatro indivíduos do sexo masculino, maiores de dezoito anos, que declararam ter mudado de identidade sexual. A amostragem foi intencional e delimitada a partir dos critérios de diversificação interna e de saturação empírica. Os participantes foram localizados através da técnica bola de neve. O instrumento utilizado foi uma entrevista narrativa seguido de um roteiro semiestruturado de entrevista. Para a análise dos dados utilizou-se o método fenomenológico para investigação psicológica, que revelou seis unidades de significado: Contexto para a produção da homossexualidade; situações de preconceito; experiências afetivas/sexuais; descoberta e vivência da homossexualidade; contexto da reorientação sexual; incômodo com o termo ex-gay; transformações ocorridas em outros aspectos da vida. O preconceito foi o fenômeno encontrado na base das principais transformações ocorridas, embora nem sempre tenha sido admitido ou interpretado como algo negativo pelos participantes. Eles apontaram a insatisfação com estilo de vida gay como o principal fator propulsor da mudança da identidade sexual. Percebeu-se uma forte internalização de representações de cunho religioso sobre a homossexualidade, compreendida por eles como um desvio da sexualidade natural e sadia. A internalização destas representações propiciou a criação de uma identidade social negativada para estes indivíduos enquanto homossexuais. A mudança da identidade sexual foi significada por eles como uma melhor valoração social, maior auto aceitação, além de potencializar a possibilidade de desenvolver uma vida plena e feliz segundo o modelo heteronormativo, que eles acreditam ser o único legítimo e verdadeiro para se vivenciar a sexualidade.