Análise teórica do comportamento: reflexões sobre os fundamentos da Análise do Comportamento
Resumo: O behaviorismo radical foi caracterizado por Skinner como a filosofia da ciência do comportamento. No behaviorismo radical encontramos as preconcepções epistemológicas, ontológicas, conceituais, metodológicas, éticas, e políticas da análise do comportamento: trata-se da dimensão do teorizar como filosofar e do produto teoria como filosofia. No entanto, ao apresentar a dimensão behaviorismo radical como filosofia corre-se o risco de vê-la como algo engessado, o conjunto de valores ou princípios imutáveis da área. Esse arranjo pode acabar por mascarar uma atividade essencial: a pesquisa teórica. Seguindo a nomenclatura da Análise Experimental do Comportamento (AEC) e Análise Aplicada do Comportamento (AAC), podemos denominar essa área de Análise Teórica do Comportamento (ATC). É análise, pois há também método em pesquisa teórica. Não são os mesmos métodos da AEC e da AAC, mas trata-se de atividade sistemática. É do comportamento, pois o seu objeto de estudo continua sendo o comportamento, mas agora com uma particularidade: é o produto do comportamento verbal de autores, especialmente o texto. Essa particularidade é o que a torna teórica. Podemos assumir que ser analista do comportamento é estar sob controle das preconcepções teóricas (epistemológicas, ontológicas, metodológicas, conceituais, éticas e políticas) comumente agrupadas sob a égide do behaviorismo radical, com a importante ressalva de que tais preconcepções são (ou deveriam ser) vistas como mutáveis, abertas a críticas e revisões. São apenas preconcepções que parecem ter função de controle no comportamento das pessoas (da maioria delas, pelo menos) que fazem parte da comunidade de analistas do comportamento e, caso tais contingências de controle verbal mudem, precisaremos também reavaliar quais as preconcepções que, após a mudança, passaram a fazer parte do ethos da análise do comportamento. O objetivo central desta pesquisa é refletir sobre os fundamentos da análise do comportamento, avaliar suas características, possíveis problemas (se existirem) e sugerir encaminhamentos. (Para mais informações sobre a ATC consultar: ZILIO, D. O que nos torna analistas do comportamento? A teoria como elemento integrador. Acta Comportamentalia, v. 27, n. 2, p. 233-249, 2019.)
Data de início: 13/03/2020
Prazo (meses): 60
Participantes:
Papel | Nome |
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Aluno Mestrado | RAPHAEL ROCHA DE ALMEIDA |
Aluno Mestrado | FLORA REGINA PIRES CAMPITELI |
Coordenador | DIEGO ZILIO ALVES |