Representações Sociais de Ciganos entre População Brasileira e Italiana: Ancoragem Psicológica, Social e Psicossocial

Resumo: O projeto de pesquisa ‘Representações Sociais de Ciganos entre População Brasileira e Italiana: Ancoragem Psicológica, Social e Psicossocial’, desenvolvido a partir de parcerias entre pesquisadores das Universidades italianas de Bolonha e de Chieti-Pescara e da Universidade Federal do Espírito Santo, é coordenado pela Profa. Dra. Mariana Bonomo (UFES), pelo Prof. Dr. Giannino Melotti e pela Profa. Dra. Monica Pivetti.
Dados históricos revelam que a perseguição a grupos ciganos tem sido registrada ao longo dos últimos séculos, chegando a se configurar como política oficial de extermínio na Europa do século XVI. Na atualidade, em diferentes contextos e nacionalidades, como Brasil e Itália, inúmeros episódios de banimento e práticas discriminatórias contra integrantes dessa etnia têm sido verificados, fortalecendo as relações de conflito entre os universos cigano e não cigano. Em consonância com essa realidade, de acordo com a literatura internacional, no imaginário social contemporâneo o povo cigano tem sido representado com elementos estereotipados, cujos significados têm favorecido a difusão de sua imagem como ladrões, amaldiçoados, sujos e traiçoeiros. Conhecer a dinâmica constitutiva de tal campo representacional apresenta-se como importante questão a ser explorada. Tendo como referência a Teoria das Representações Sociais, a presente proposição apoia-se no objetivo de investigar as representações sociais de ‘ciganos’, focalizando o campo representacional segundo a dimensão dos estereótipos, de sentimentos associados ao objeto de representação e de práticas sociais derivadas desse sistema de referência. Apoiada na perspectiva não consensual das representações sociais, segundo a Escola de Genebra, a proposição deste estudo visa à análise dos diferentes níveis de ancoragem (social, psicológica e psicossocial) para a identificação das posições individuais frente aos diversos núcleos de significado que constituem as representações sociais que orientam os processos identitários e de relações intergrupais. O instrumento de coleta dos dados é constituído pelos seguintes tópicos de informação: dados socioeconômicos; técnica de associação para os termos indutores ‘cigano’, ‘mulher cigana’ e ‘homem cigano’, com questões exploratórias; campo afetivo e valorativo relacionado ao objeto de representação; e experiência de contatos com ciganos ou ciganas. Segundo a natureza dos dados e os objetivos de cada estudo, serão utilizados os recursos dos programas ALCESTE, SPAD-T e da Análise de Conteúdo para tratamento dos dados obtidos. Espera-se que os resultados gerados possam contribuir para ampliar o corpo de conhecimento produzido acerca da cultura cigana e fomentar o desenvolvimento de políticas públicas focalizando as demandas dessa população, bem como auxiliar na desmistificação dos estereótipos negativos largamente difundidos no pensamento social hegemônico, núcleo de preconceito e de discriminação social contra essa etnia.

Data de início: 10/08/2012
Prazo (meses): 48

Participantes:

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Coordenador MARIANA BONOMO
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