CIDADE ABERTA: IMAGENS DE UM COTIDIANO NA SAÚDE MENTAL
Nome: MARIO CESAR CARVALHO DE MOURA CANDIDO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/04/2016
Banca:
Nome | Papel |
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LEILA APARECIDA DOMINGUES MACHADO | Examinador Interno |
LUÍS ANTONIO DOS SANTOS BAPTISTA | Examinador Externo |
MARIA CRISTINA CAMPELLO LAVRADOR | Orientador |
Resumo: Cidade Aberta versa sobre as relações de moradores de residências terapêuticas, exinternos de um hospital psiquiátrico, com as matérias de uma cidade. Após anos deinternamento propõe caminhar junto a eles, em parceria, na construção partilhada de um cotidiano que se faz em casa e sobretudo entre ruas, praças e parques da região da Grande Vitória- ES. O enfoque da análise se direciona às formas de relação e aos usos que os antigos internos e seus parceiros são capazes de construir nos serviços da rede assistencial e, principalmente, à imprevisibilidade das relações sociais, temporais, afetivas etc., que se dão no cotidiano do espaço social. Utiliza registros em cadernos de campo como ferramenta metodológica, inspirando-se neles para a
produção de pequenas narrativas que compõem e ativam o fluxo de experiências associadas à reforma psiquiátrica e à necessidade de afirmação das conquistas da luta antimanicomial, ampliando o debate associado ao campo e tangenciando de forma problematizadora as formas de racionalidade e os modos de vida que se produzem na contemporaneidade. Os resultados apontam para a produção de um cuidado em saúdemental indissociável de uma dimensão ético-estético-política, afirmando práticas de potencialização de modos de vida e de reforçamento de uma saúde ampliada aos aspectos sociais, históricos e ao exercício singular dos usos produzidos no espaço
urbano, ampliando o olhar para além da loucura conhecida como doença mental, buscando afetações e trocas com as mais diversas formas de sociabilidade. Isto vem acompanhado de uma reflexão que busca situar as práticas sociais dentro do contexto de um biopoder exercido nos cenários da cidade contemporânea, procurando reforçar e abrir espaço para as resistências possíveis diante dos empreendimentos de poder voltados para o controle e o apaziguamento das dimensões políticas de criação libertária de formas de vida, consideradas aqui como experiências éticas compartilhadas, abertas ao encontro e sempre em movimento.
Palavras-chave: Saúde Mental. Cotidiano. Cidade. Modos de Vida