A questão do sujeito na psicose e as novas institucionalidades da reforma psiquiátrica
Nome: MAYARA SANAZÁRIO NEVES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/04/2018
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
JORGE LUIS GONCALVES DOS SANTOS | Orientador |
Resumo: RESUMO
A partir de uma reflexão sobre a reprodução de práticas manicomiais em instituições voltadas à atenção em saúde mental, esta dissertação interroga os elementos pelos quais as novas institucionalidades da reforma psiquiátrica favorecem ou não a emergência do sujeito, tal como definido pela psicanálise. Para isso, primeiramente aborda o trabalho de Freud com as psicoses e a maneira como ele, principalmente a partir do caso Schreber, lança um novo olhar sobre as manifestações sintomáticas da psicose, compreendendo-as não mais como excessos a serem silenciados, mas como uma dimensão que implica o sujeito e que pode sustentar uma tentativa de restabelecimento. Em seguida, com Foucault, delimita o contexto pelo qual a psiquiatria nasce em nossa civilização enquanto um saber médico próprio ao campo das doenças mentais, e como, a partir dela, os hospitais psiquiátricos se constituem como uma proposta de agenciamento social da loucura. Problematiza a eficácia das instituições psiquiátricas e das novas institucionalidades propostas pela reforma psiquiátrica brasileira, analisando, particularmente, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). E, por fim, examina, com Lacan, a Foraclusão enquanto a operação através da qual o significante Nome-do-Pai falta na constituição do sujeito e responde pela constituição da psicose. E conclui que o trabalho de cernir a condição singular do psicótico na linguagem e no laço social não apenas visa oferecer as condições de tratamento necessárias para o trabalho do sujeito na psicose, como, em um mesmo golpe, faz obstáculo para que as novas instituições da reforma psiquiátrica não reproduzam as práticas manicomiais que, a princípio, foram feitas para combater.
Palavras-chave: Psicanálise. Saúde mental. Psicose. Sujeito. Reforma Psiquiátrica.