O lugar do sujeito nas intervenções precoces

Nome: FERNANDA STANGE ROSI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/03/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ARIANA LUCERO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ÂNGELA MARIA RESENDE VORCARO Examinador Externo
ARIANA LUCERO Orientador
JORGE LUIS GONCALVES DOS SANTOS Examinador Interno

Resumo: RESUMO
O conceito freudiano de pulsão e seus desdobramentos, relidos sob a orientação lacaniana, permitiram uma nova concepção de corpo e de Eu à luz da psicanálise. Saímos do orgânico para a dimensão do sujeito submetido à linguagem, o que provocou um rompimento com a ideia de um processo de desenvolvimento que desconsidera os efeitos do significante sobre o organismo e seu funcionamento. Ao abordarmos os primórdios do psiquismo pela via pulsional, neste trabalho, retomamos a leitura atenta de Marie-Christine Laznik da montagem em circuito proposta por Lacan (1964/2008) para a formulação de sua hipótese clínica e modelo de intervenção precocíssima no laço pais-bebê. Refazendo o trajeto desses psicanalistas – Freud, Lacan e Laznik – demonstramos de que maneira o malogro na relação entre o infans e o Outro pode ser lido no corpo, na própria (des)organização das funções corporais e nas produções do bebê, permitindo a muitos autores contemporâneos interrogar os primeiros sinais de um encaminhamento psicopatológico, em especial o autístico. Neste ponto, coube discutirmos o fato de que, ao receber uma pequena criança constrangida em seu desenvolvimento e seus pais, a abordagem profissional e o manejo transferencial podem expandir ou limitar as possibilidades de investimento libidinal e, portanto, influenciar nos caminhos da constituição subjetiva. Considerar as manifestações do bebê como manifestações de uma subjetividade (mesmo incipiente, antecipada), é o que parece diferenciar as intervenções precoces sustentadas pela teoria psicanalítica e as chamadas estimulações, nas quais supomos negligenciadas as defesas possíveis a cada sujeito. São preocupações que ganharam força ao abordarmos a grande polêmica trazida pela Lei 13.438, de abril de 2017, que sugere a investigação de “risco psíquico” em todos os bebês, e não só nos que já se mostrem com dificuldades. O uso de protocolos de avaliação, mesmo que elaborados a partir de um referencial psicanalítico – como o IRDI e o PREAUT –, dividiu as opiniões de psicanalistas envolvidos com o campo da infância e aparece, por isso, em nossa discussão. Ao interrogarmos a (im)possibilidade de uma prevenção de transtornos psíquicos, sustentamos, por fim, um olhar que seja voltado às condições subjetivas que favoreçam o laço familiar, social e, consequentemente, a construção de caminhos que facilitem o surgimento de um sujeito de desejo.
PALAVRAS-CHAVE: Psicanálise; bebês; Intervenção Precoce; Saúde Mental

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