As incidências da pulsão de morte na cultura e a ética da psicanálise
Nome: JULIANA LYRIO DE PAULA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/05/2019
Banca:
Nome | Papel |
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ANA AUGUSTA WANDERLEY RODRIGUES DE MIRANDA | Examinador Interno |
GERALDO ALBERTO VIANA MURTA | Examinador Externo |
JORGE LUIS GONCALVES DOS SANTOS | Orientador |
Resumo: O problema desta pesquisa concerne à implicação política da psicanálise. Dedicase a investigação da pulsão de morte, como um conceito chave em psicanálise, na
relação do sujeito com a civilização. Para delimitar os impasses da pulsão em
relação à civilização e ao sujeito, parte-se do que Freud denominou o mal estar na
civilização como aquilo que, ao se fazer presente em todos os níveis da cultura,
pode ser interpretado como constituinte dos modos de relação entre os homens e
não como impedidor do laço social. Através desse exame, interroga-se a
possibilidade de assumir o ponto de vista de que é com grande esforço e movimento
de renúncia às pulsões que o homem consegue estabelecer certa ordem
civilizatória. Investiga-se, ademais, a inversão do ponto de vista de que as pulsões
de destruição só servem de impedimento ao pleno exercício da cultura e que sua
supressão poderia levar a uma experiência de harmonia e igualdade. Através do
ensino de Lacan, notadamente nos seminários A ética da psicanálise e Os quatro
conceitos fundamentais da psicanálise, aborda-se a função da pulsão de morte na
constituição do sujeito e no campo social para apontar a desarmonia existente entre
a cultura enquanto ideal e a cultura enquanto experiência. Examina-se, com Lacan,
uma passagem entre a pulsão de morte e os seus efeitos no laço civilizatório para
um indagar-se sobre o desejo e a função do bem. E conclui-se que a problemática
da pulsão de morte e do laço civilizatório desdobra-se, para além dos seus termos,
na sustentação ética do desejo.
Palavras-chaves: psicanálise; pulsão de morte; civilização; ética; política