CAMINHOS PARA O ACESSO E PERMANÊNCIA DE ESTUDANTES NA UNIVERSIDADE: ACOMPANHANDO MICROPOLÍTICAS DE RESISTÊNCIA E INVENTANDO HETEROTOPIAS
Nome: FILIPE AZEVEDO SOUZA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 07/07/2023
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
GILEAD MARCHEZI TAVARES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ANA PAULA FIGUEIREDO LOUZADA | Suplente Interno |
GILEAD MARCHEZI TAVARES | Orientador |
JACYARA SILVA DE PAIVA | Examinador Interno |
LAURA POZZANA DE BARROS | Examinador Externo |
Resumo: No ano de 2022, a Lei 12.711/12, que pauta as Políticas de Ação Afirmativa,
completou 10 anos de aprovação. Vivenciamos um momento de muitas
preocupações acerca do seu desmantelamento e também das políticas de
permanência nas Instituições de Ensino Superior. Os cortes de verbas no Ensino
Superior são norteados por uma Razão de Estado neoliberal que se baseia numa
educação que captura sujeitos através do modelo do homo oeconomicus, ou
empresário de si, afetando os corpos dos(as) estudantes através de métodos de
normatização e disciplina, apoiados em tecnologias biopolíticas e necropolíticas.
Objetivamos assim, acompanhar a construção de espaços que contemplem a
produção de outros saberes e referências, de afirmação das performatividades das e
dos estudantes e de suas resistências cotidianas. A tentativa se fez sempre na
perspectiva de pensar como fortalecer a permanência na universidade e a produção
de espaços de pertencimento daquelas e daqueles estudantes que, via de regra, não
acessavam o território da Universidade. A pesquisa-intervenção cartográfica foi
realizada na UFES, alinhada ao projeto de extensão Recorpar: o reencantamento do
corpo por um ethos de aprendizagem, que mantém uma parceria com a Pró-Reitoria
de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci). O diário de campo foi utilizado durante
todo o período da pesquisa-intervenção. Nele, foram registrados os acontecimentos
e intensidades sentidas ao longo do trabalho. Compreendemos que o diário de
campo, além de ser uma ferramenta de pesquisa, configura-se também como
instrumento de análise, uma vez que, ao visitá-lo para a escrita do texto final, afetos
e tensões que não havíamos nos dado conta, saltam dos registros como analisadores
fundamentais ao trabalho. Além disso, foram levantados dados e informações sobre
a realidade das Políticas Afirmativas e Políticas de Assistência Estudantil, no âmbito
nacional e no contexto da UFES, trazendo consigo o contexto histórico de luta pela
afirmação desses direitos. A experiência junto ao Projeto Recorpar resultou na
realização de dois grupos de intervenção clínico-grupais nos quais os dispositivos
forjados buscaram compor com temáticas trabalhadas juntamente com os(as)
estudantes, a partir das demandas observadas em momentos de acolhimento
individual dos(as) participantes. Por meio de experimentações de corpo e movimento,
foram criados espaços, lugares outros, heterotopias que acrescentam o debate sobre
a ampliação de estratégias micropolíticas de resistências no âmbito das Políticas deAssistência Estudantil na Universidade. Assim, a aposta na criação de espaços, como
lugares, como territórios, como pertenças, diz de uma dimensão a partir da qual
podemos pensar, nos dias de hoje, práticas políticas de defesa de uma universidade
efetivamente democrática em seu acesso, permanência e no direito de existir.
Palavras-chaves: Políticas afirmativas. Educação Superior. Biopolítica. Corpo.
Heterotopia.