O JÚRI, O CONFESSIONÁRIO E A CLÍNICA: SOBRE DIZER E ESCUTAR NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Nome: ANA BEATRIZ MORETO DO VALE

Data de publicação: 26/02/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FABIO HEBERT DA SILVA Presidente
JOAO JACKSON BEZERRA VIANNA Examinador Interno
PAULA GIOVANA FURLAN Examinador Externo

Resumo: Este trabalho é um encontro com as insubordinações às práticas de submissão inscritas nos
modos hegemônicos de pensar o cuidado pela moral, pela verdade e pela consciência. É um
encontro com usuárias e usuários de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que fazem
ecoar suas experiências, sexualidades e modos de se relacionar com o(s) mundo(s) por meio
do que narram e como narram nos espaços de escuta desses CAPS: corredores e consultórios,
enfermaria e recepção, cozinha e jardim. O exercício que enxerga na composição do “dizer e
escutar” um problema analítico é o de modular a atenção entre o conteúdo dos relatos desses
usuários e usuárias e o conjunto de forças que dá forma à narrativa que é produzida e
vivenciada. O olhar para o conteúdo ganha centralidade nas análises dos seus escritos
reunidos na obra “Arte do Inconsciente”, organizada pelo Centro de Atenção Psicossocial
Cidade, em Cariacica (ES) e “F20.9, textos e poemas”, segundo livro do escritor, usuário dos
serviços e ativista capixaba em saúde mental Daildo Magalhães. Da experiência com essas
narrativas e com o trabalho de campo realizado em um Centro de Atenção Psicossocial no
Norte do Espírito Santo, percebe-se o conjunto das forças que interligam certas práticas psi às
de um júri, pois são produzidas a partir do exame da razão, da confissão e por fim, podem
levar a sentença do diagnóstico. A interação analítica que se desenvolve entre o que se diz e
como se diz, nesta dissertação, busca decompor os modos de apresentar o vivido, o vivendo e
o que se há de viver entre a linearidade narrativa, implicada na ideia de causa e efeito do júri,
e outras apostas, mais provisórias, mais disformes, menos lineares e, por isso, mais parecidas
com a vida, deslocando a análise da capacidade de relatar, para a palavra como potência
interventora na realidade e na subjetividade.

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