CUIDADO de Si e a Produção de Artesãos de Vida:narrativas no Campo da Saúde Mental
Nome: CAROLINA FONSECA DADALTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 15/12/2011
Banca:
Nome | Papel |
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JOSÉ RICARDO DE CARVALHO MESQUITA AYRES | Examinador Externo |
LEILA APARECIDA DOMINGUES MACHADO | Examinador Interno |
MARIA CRISTINA CAMPELLO LAVRADOR | Orientador |
Resumo: RESUMO
Este trabalho se construiu em meio à problematizações das práticas no campo da Saúde Mental, considerando o contexto histórico-político da Reforma Psiquiátrica. Norteou as questões trabalhadas nesse estudo, o conceito ferramenta proposto por Michel Foucault, denominado Cuidado de Si. Foucault, baseado nos gregos, propõe pensar o Cuidado de Si como exercício constante, uma atitude para consigo, para com os outros, para com o mundo, uma forma de atenção. A fim de problematizarmos/pensarmos as práticas de atenção disponibilizadas aos usuários dos serviços de saúde mental e tendo como referencial a noção do Cuidado de Si, utilizamos como estratégia metodológica a cartografia. Assim, acompanhamos o cotidiano de um serviço de saúde mental no interior do Espírito Santo. Para contarmos os acontecimentos experienciados, apropriamo-nos da narrativa de Walter Benjamim. As histórias narradas neste estudo nos auxiliaram no exercício de pensarmos acerca do que temos ajudado a construir com nossas práticas profissionais. Que modos de vida têm se constituídos nesses espaços? E para além desses espaços? Que discursos têm permeado e sido construído com essas práticas? Os Encontros que aconteceram no decorrer deste estudo mostram que: pensar o Cuidado de Si como da ordem do relacional, afirmando que todos os participantes da relação sofrem afecções; e que todos estamos implicados de algum modo nas relações que estabelecemos, coloca-se como um desafio para o cotidiano dos serviços, considerando o modo como as relações profissionais têm se estabelecido no atual contexto sócio-econômico-político. Assim, entendemos que se faz necessária, portanto, uma análise das implicações dos sujeitos presentes nas relações e um mapeamento de quais forças-fluxos têm-nas perpassado. E ainda que, a partir dessas análises, é possível estabelecer com os sujeitos com os quais nos relacionamos práticas que potencializem os mesmos e suas vidas. Entendemos que pensar o Cuidado de Si nos serviços de saúde mental e pensar as vidas que ali estão é pensá-las para além daqueles espaços, uma vez que os mesmos necessitam funcionar como dispositivos, ou seja, como disparadores de outros modos de habitar os verbos da vida.
Palavras-chave: Cuidado de Si. Reforma Psiquiátrica. Narrativa.