QUEM Conta um Conto, Aumenta um Ponto: Ampliando a Discussão das Práticas de Assistentes Sociais e Psicólogos nas Varas de Família e Sucessões do Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo

Nome: ANNE KAROLLINE FERRARI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 20/03/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GILEAD MARCHEZI TAVARES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FABIO HEBERT DA SILVA Examinador Interno
GILEAD MARCHEZI TAVARES Orientador
LILIAN RODRIGUES DA CRUZ Examinador Externo

Resumo: Contando histórias, esta dissertação pretendeu colocar em análise as práticas de assistentes sociais e psicólogos que atuam como especialistas nas Varas de Família e Sucessões do Judiciário Capixaba. Iniciamos o trabalho pelo resgate histórico sistematizado por Foucault em torno das formas jurídicas para, então, problematizar como a judicialização de acontecimentos cotidianos tornou-se o signo de nossa organização social e o modo como ela demarca as práticas de assistentes sociais e psicólogos atuantes no campo sociojurídico do estado do Espírito Santo. Serviram de campo de investigação da pesquisa os espaços institucionais destinados à interlocução e à formação continuada dos profissionais, que oportunizaram momentos favoráveis ao compartilhamento de sentimentos, crenças, fazeres e invenções profissionais, e o próprio dia a dia da pesquisadora atuando nas Varas de Família e Sucessões de Vitória. Nossa principal ferramenta de investigação foi o diário de campo, cujos registros de eventos, de narrativas, de posições políticas, de sentimentos e das dificuldades, não só dos profissionais com quem trabalhamos, mas também da própria pesquisadora, possibilitaram-nos a apreensão de analisadores em plena operação e a composição de um recurso sensível para a apresentação dos resultados: o conto. Desse modo, utilizando os conceitos-ferramenta da Análise Institucional, partimos de analisadores que desvelavam tanto os modos de funcionamento instituídos naquele espaço laboral, quanto provocavam a desestabilização do saber-poder daquelas categorias profissionais, descortinando as formas de resistência que têm sido forjadas cotidianamente em favor de uma postura ético-política de defesa da vida em meio a sua recorrente judicialização. Afirmamos com os contos a vida em sua potência de se diferir, de ampliar suas versões, de fazer proliferar mundos e sentidos. Buscamos, assim, o tensionamento de saberes, poderes e verdades, além de um novo modo de habitar o Poder Judiciário ao investir em práticas transversais e intersetoriais capazes de fortalecer lutas e o compromisso com a liberdade como potência de vida.

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