Experimentação dos espaços de análise dos processos de trabalho de assistentes sociais e psicólogos do TJES
Resumo: Este trabalho é desenvolvido por um grupo constituído por psicólogos e assistentes sociais do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES) e por professores e pós-graduandos da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O grupo vem abordando questões acerca das dificuldades encontradas pelos profissionais do TJES no que tange ao processo do trabalho e os impactos que essas questões trazem à saúde dos mesmos. A proposta para realização de encontros sistematizados surgiu das discussões realizadas em 22 de agosto de 2014, no Fórum de Psicólogos e Assistentes Sociais do TJ, que contou com a participação dos professores Gilead Tavares e Fabio Hebert. A partir de questões que surgiram nesse encontro, pactuamos a experimentação de um grupo de trabalho, que se reuniria mensalmente.
O convite para participação no grupo se estendeu a todos os profissionais da área psicossocial que atuam no TJES, o que permitiu o envolvimento de atores de diversos setores, com atuação em diferentes temáticas, distintos referenciais teórico-conceituais e formas de organização do cotidiano de trabalho. Assim, a multiplicidade se apresenta como uma característica importante deste grupo e tem como uma das principais apostas a criação coletiva de outros modos de atuação e organização dos processos de trabalho, não limitadas a uma única linhagem teórico-metodológica.
Tal processo de construção possibilita que as práticas dos trabalhadores do TJES, permeadas por fragmentações, possam ser visibilizadas e redirecionadas de forma coletiva. Sabe-se que o movimento de fragmentação deve ser entendido na própria dinâmica de sociedade na qual estamos implicados. No entanto, à medida que se busca entender o espaço de trabalho de forma coletiva, sob certa perspectiva de rede, possibilita transformar e conhecer os modos hegemônicos de organizar os processos de trabalho.
A noção de rede com a qual trabalhamos, extrapola a concepção de redes de serviço ou pontos de atenção. Não significa nem que os pontos de atenção não sejam importantes, nem que em um território que possua um número grande de pontos de atenção/acolhimento exista efetivamente uma rede. Uma rede é um arranjo concreto e dinâmico, que efetiva a transversalização das relações e a produção de nós que ocorrem entre diferentes atores, serviços, movimentos, políticas num dado território ou seja, a rede heterogênea [...]. É ela que pode produzir diferenças nas distribuições de poderes e saberes (BRASIL, 2010, p. 09). Os modos mais tradicionais e tecnocráticos de se pensar o trabalho em rede tem gerado alguns desafios importantes para esse grupo. O primeiro desafio estaria relacionado com certa falta de entendimento acerca dos atores, serviços e políticas que compõem a rede de proteção psicossocial. Quem faz parte dessa rede?, Há uma rede da qual o TJES faz parte e outra externa?. O segundo desafio refere-se à ausência de espaços de pactuação com os atores externos ao TJES. Desafio que está fortemente articulado ao anterior e que termina, por um lado, por gerar sobretrabalho, uma vez que, a mesma atividade é realizada mais de uma vez, dependendo da instituição a qual o técnico esteja vinculado; e, por outro, por ampliar a fragmentação da atenção psicossocial. E por último, a ausência de espaços internos para realização de análises coletivas dos processos de trabalho ou mesmo compartilhamento de experiências, que dificulta enormemente a troca de estratégias para lidar com as questões relacionadas ao trabalho cotidiano no TJES.
Data de início: 13/03/2015
Prazo (meses): 24
Participantes:
Papel | Nome |
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Coordenador | FABIO HEBERT DA SILVA |
Vice-Coordenador | GILEAD MARCHEZI TAVARES |