Afetividade e Cognição no Uso de Redes Sociais Digitais por Idosos.
Nome: BARBARA FRIGINI DE MARCHI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/03/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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CLAUDIA BROETTO ROSSETTI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CLAUDIA BROETTO ROSSETTI | Orientador |
CLAUDIA PATROCINIO PEDROZA CANAL | Examinador Interno |
CLAUDIMARA CHISTÉ SANTOS | Examinador Externo |
Resumo: Vivemos em uma sociedade conectada em rede pela internet, que é, simultaneamente, uma sociedade cada vez mais envelhecida. Juntos, esses fatores contribuem para que o número de idosos usuários de redes sociais digitais (RSD) aumente significativamente. Desse modo, essa dissertação se propôs a investigar aspectos afetivos e cognitivos envolvidos na utilização dessas redes pelo público mais velho. Foram entrevistadas 26 pessoas, divididas de forma homogênea quanto ao sexo, com idades entre 65 e 74 anos, com no mínimo ensino fundamental completo, que possuíssem smartphones ou computadores e, ainda, tivessem e acessassem RSD. A amostra se deu por conveniência, com base no método bola-de-neve. Os dados foram coletados por meio da realização de entrevistas individuais, a partir de dois roteiros semiestruturados, tendo por referência o método clínico piagetiano. A análise dos dados ocorreu com base na análise de conteúdo, priorizando-se a leitura qualitativa. Os resultados indicaram que os idosos, apesar de não pertencerem a uma geração nativa das tecnologias, estão ativos e participativos em diversas RSD, demonstrando preocuparem-se em acompanhar as evoluções tecnológicas e, assim, sentirem-se pertencentes ao contexto social atual. O WhatsApp apareceu com destaque dentre as RSD citadas, sendo tanto a que mais utilizam como a que preferem. Sobre as ações que desenvolvem, os entrevistados indicaram a troca de mensagens e arquivos multimídias, leitura de notícias, trabalho e felicitações a aniversariantes. Verificou-se que o elemento que mais os motiva a ter e acessar as RSD é a comunicação, e que o uso delas pode favorecer relações sociais e afetivas, contribuindo para um envelhecimento mais positivo. Os participantes demonstraram também formar novos laços afetivos e diminuir o sentimento de solidão por meio dessas redes, ampliando seus relacionamentos e a comunicação interpessoal. Esse estudo propiciou, portanto, a compreensão de que o uso de RSD tem potencial para mobilização de aspectos afetivos e cognitivos em idosos e para promoção de desenvolvimento na medida em que atuam como fonte de desequilíbrios ao contrário dos antigos paradigmas da Psicologia, que encaravam a velhice como um período exclusivamente de perdas. Espera-se com esse trabalho contribuir para outras investigações com foco na velhice e nas novas tecnologias a partir da perspectiva da Psicologia do Desenvolvimento. Almeja-se, ainda, que os dados possam servir de subsídios para produções acadêmicas futuras, bem como a políticas públicas.