Efeitos Tardios do Câncer Infantojuvenil: Funções Cognitivas e Qualidade de Vida dos Sobreviventes

Nome: BRENDA SABADINI BERNARDO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/09/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Orientador
ERIKA DA SILVA FERRÃO Examinador Externo
MARIANE LIMA DE SOUZA Examinador Interno

Resumo: O câncer infantojuvenil é hoje uma das principais causas de adoecimento entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. As sofisticações dos processos diagnósticos e protocolos terapêuticos promoveram a elevação da sobrevida e a redução das recaídas da doença. Entretanto, estudos contemporâneos demonstram que o câncer durante a infância e juventude representa um contexto de risco e vulnerabilidade que não se limita ao período de tratamento,
evidenciando-se comprometimentos significativos nas funções cognitivas e na qualidade de vida de forma tardia. Esta pesquisa teve como objetivo verificar as funções cognitivas e a qualidade de vida em adultos sobreviventes do câncer infantojuvenil. Propôs-se a realização de um estudo descritivo e de corte transversal. A amostra de conveniência foi composta por dois grupos. O grupo clínico constituiu-se por 10 adultos sobreviventes do câncer na infância,
recrutados nos registros de câncer do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), e o grupo controle foi composto por 10 pares pareados por sexo, idade, escolaridade e nível socioeconômico. Os participantes responderam de forma online/informatizada aos instrumentos: (a) Questionário de caracterização da amostra; (b) Atenção On-line (AOL); (c) Teste não verbal de inteligência - G-38; (d) Teste de Memória de Reconhecimento (TEM-R);
(e) Escala de Avaliação de Disfunções Executivas de Barkley (BDEFS); e, especificamente no grupo clínico, utilizou-se a (f) Escala de Qualidade de Vida para Sobreviventes de Câncer (EQV-SC). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva e inferencial para verificar as relações entre as variáveis de interesse (funções cognitivas e qualidade de vida) e diferenças de médias entre os grupos de comparação. Os resultados do grupo clínico indicam
classificação médio inferior no domínio de eficiência intelectual, assim como na atenção alternada e dividida. Classificação médio superior foi apresentada na análise da memória e classificação média nas demais funções investigadas, como a atenção concentrada e funções executivas. Ressalta-se que não foram encontrados desempenhos significativamente diferentes em comparação ao grupo controle. Os dados obtidos a partir da análise de qualidade de vida
evidenciaram maior média de bem-estar em itens vinculados ao sentimento de felicidade, propósito em relação à vida, aspectos da sexualidade e constipação. Menores indicadores de bem-estar vinculam-se à incerteza em relação ao futuro, medo de um novo diagnóstico de câncer, estresse vivenciado pela família e a sensação de fadiga. Apenas o bem-estar espiritual se apresentou estatisticamente diferente para o tempo de diagnóstico, sendo o grupo com tempo de diagnóstico de 0 a 5 anos com maior média de percepção de qualidade de vida. Ainda, notouse que sobreviventes com maior bem-estar físico tendem a apresentar maiores índices no bemestar psicológico. A análise de correlação entre a eficiência intelectual/funções cognitivas e qualidade de vida encontrou apenas efeitos moderados no grupo clínico. Espera-se que os
resultados desta pesquisa contribuam para a maior compreensão dos efeitos tardios do câncer na infância e adolescência e possibilite maiores investigações na temática.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910