Estressores e coping de crianças e adolescentes usuários de dispositivos auditivos implantáveis e seus cuidadores

Nome: LARA SESSA CAMPOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/09/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Orientador
ALINE NEVES PESSOA ALMEIDA Examinador Externo
KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA Examinador Interno

Resumo: A deficiência auditiva (DA) é um tipo de privação sensorial que se caracteriza pela reação atípica diante de estímulos sonoros, trazendo prejuízos à comunicação do indivíduo, podendo gerar danos emocionais, sociais, psicológicos e intelectuais. No diagnóstico, inicia-se o processo de reabilitação, o qual pode culminar em uma cirurgia de Implante Coclear (IC) ou Prótese Auditiva Ancorada ao Osso (PAAO). A cirurgia é somente uma etapa que se desdobra em acompanhamento sistemático para ativação, mapeamento e terapia fonoaudiológica. Trata-se de um processo complexo, que pode somar estressores àqueles já relacionados à DA, a saber: exposição a procedimento invasivo, alteração da aparência, desafios de interação social, adaptação ao dispositivo, idas frequentes a centro de tratamento, entre outros. A criança e a família precisam lidar com esses estressores, buscando adaptar-se à situação para obter os benefícios que os dispositivos auditivos implantáveis podem trazer. Este estudo teve o objetivo de verificar e descrever como crianças usuárias de dispositivos auditivos implantáveis e seus cuidadores lidam com os estressores relacionados ao processo de reabilitação auditiva. Foi constituída uma amostra de nove crianças e adolescentes usuários de IC/PAAO, com idade entre 6 e 12 anos e seus cuidadores familiares. Os cuidadores responderam aos instrumentos para registro de características sociodemográficas e clínicas das crianças e adolescentes (Critério de classificação econômica Brasil – ABEP), instrumento para avaliação de risco psicossocial (Instrumento de Avaliação Psicossocial – PAT), de indicadores comportamentais da 12 criança/adolescente (Strengths and Difficulties Questionnaire [SDQ]), estressores e expectativas em relação ao IC/PAAO (entrevista semiestruturada), coping (Escala de Coping). Para a entrevista com a criança∕adolescente foi elaborado um instrumento com desenhos de situações estressoras e perguntas para a avaliação do coping. Os dados dos instrumentos padronizados e de características sociodemográficas e clínicas foram submetidos à estatística descritiva e os dados da entrevista e instrumento elaborado foram submetidos à análise de conteúdo. Os resultados mostraram que, do ponto de vista psicossocial, houve predomínio da classificação de risco psicossocial leve e moderado, e em todos os casos há percepção de suporte social. Os indicadores comportamentais das crianças compuseram grupos clínicos e não clínicos para problemas de comportamento e a maioria das crianças apresenta comportamento pró-social. Os cuidadores percebem estressores comuns para eles e para as crianças, como a cirurgia e a comunicação do filho, a exceção foi o manejo do dispositivo para a criança e o acesso ao serviço para os pais. Diante dos estressores, os cuidadores referiram tristeza e medo, mas houve predomínio de famílias de coping relacionadas à percepção do estressor como desafio, com destaque para a “busca de informação” e “resolução de problemas”. Sobre o coping das crianças/adolescente, a reação emocional diante dos estressores foi a tristeza e os comportamentos de coping que foram referidos se relacionam a estratégias adaptativas. Apesar da limitação no relato verbal de algumas crianças, decorrentes da heterogeneidade da história de DA e reabilitação, a análise preliminar da adequação do instrumento proposto é favorável ao uso na assistência à criança, de modo a obter sua autopercepção, o que se coloca como inovador. Conclui-se que a integração dos dados psicossociais e de comportamento aos dados da percepção e do coping sobre o processo de reabilitação auditiva por meio de dispositivos implantáveis auxiliaram na compreensão do processo 13 de cada criança/adolescente e seus familiares, contribuindo para direcionar a assistência e promover o alcance do potencial da criança.

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