AUTORREGULAÇÃO EMOCIONAL PARA ADOLESCENTES:
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA BASEADA
NA TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA

Nome: CRISTIANE TEDESCO GANDRA

Data de publicação: 20/03/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FABIANA PINHEIRO RAMOS Orientador

Resumo: A autorregulação emocional consiste em mecanismos que o indivíduo utiliza para controlar
suas reações emocionais a fim de atingir objetivos desejados, e essa capacidade depende de
fatores biológicos (como o temperamento) e ambientais (aprendizagem ao longo da vida).
A capacidade de regulação emocional começa a se desenvolver desde a infância e é
influenciada pela qualidade da interação com os cuidadores. Na adolescência esta
capacidade ainda está em desenvolvimento, com as particularidades desta etapa de vida, na
qual existem muitos fatores estressores relacionados às mudanças físicas, cognitivas e do
relacionamento social. Dessa maneira, existem fatores de risco que podem dificultar o
desenvolvimento da autorregulação emocional saudável dos adolescentes e fatores de
proteção que podem auxiliar nesse processo, como o ensino e treino de habilidades de
regulação emocional. Nesse contexto, a Terapia Comportamental Dialética (DBT),
desenvolvida pela psicóloga norte-americana Marsha Linehan, com o Treino de Habilidades
DBT, cumpre o papel de ensinar tais habilidades às pessoas. Este treino, além de ter eficácia
para a população adulta com diversos transtornos, também vem sendo estudado com
adolescentes, a partir do trabalho de Rathus e Miller, que desenvolveram um modelo de
Treino de Habilidades específico para essa população. Assim, este estudo de caráter
quantitativo e qualitativo, com delineamento quase experimental, teve por objetivo avaliar
uma proposta de intervenção psicoeducativa presencial baseada na DBT para adolescentes,
em seis encontros, a fim de comparar o nível de satisfação com a vida e regulação emocional
antes e após a intervenção, além de buscar compreender a opinião dos adolescentes sobre o
impacto da intervenção em suas vidas. Participaram 30 adolescentes de classe popular, na
faixa etária de 11 a 16 anos, de duas escolas públicas de Serra/ES, em sua maioria cursando
o 9o ano do Ensino Fundamental (83%). Os encontros tiveram cinco temas principais, que
foram: mindfulness, dialética, tolerância ao mal-estar, regulação emocional e efetividade
interpessoal. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Estratégias de Regulação
Emocional para Crianças e Adolescentes (ERQ-CA), a Escala Global de Satisfação de Vida
para Adolescentes (EGSVA), o Questionário de Avaliação da Intervenção e uma entrevista semi-estruturada. Ao se compararem os resultados antes e após a intervenção foram
identificados escores mais elevados nos indicadores de regulação emocional, sendo que o
constructo positivo de reavaliação aumentou e o constructo negativo de supressão diminuiu,
ou seja, sugere-se que a intervenção melhorou os níveis de regulação emocional dos
participantes. Os dados também apontaram aumento nos escores de satisfação geral com a
vida, sugerindo que a intervenção gerou significativamente mudanças nesse aspecto. As
entrevistas mostraram de maneira mais detalhada como os adolescentes utilizam as
habilidades desenvolvidas com a intervenção, contemplando dormir melhor, ser menos
impulsivo, brigar menos, ouvir mais as pessoas e se expressar de maneira mais assertiva.
Conclui-se que a proposta de intervenção cumpriu o objetivo de ensinar habilidades de
autorregulação, e foi avaliada de modo positivo pelos participantes, que aprenderam formas
mais efetivas para lidar com diversas situações em seu cotidiano.

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