ESTIMULAÇÃO PRECOCE SENSORIAL DE BEBÊS COM SÍNDROME DE DOWN POR MEIO DA TERAPIA ASSISTIDA COM EQUINOS

Nome: EDILAINE MAZOLINI

Data de publicação: 28/09/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CLAUDIA PATROCINIO PEDROZA CANAL Presidente
CLAUDIMARA CHISTÉ SANTOS Examinador Externo
LUCIANA BICALHO REIS Examinador Interno

Resumo: O crescimento de bebês com Síndrome de Down (SD) é marcado por manifestações
clínicas diversas que podem interferir no desenvolvimento desse bebê. Vários estudos nos
campos da saúde e educação, mostram que a estimulação precoce desempenha um importante
fator para minimizar prejuízos associados ao desenvolvimento dessa população. Entre as
estratégias para intervenção com bebês com SD está a Terapia Assistida com equinos (TAE),
que proporciona ganhos de diversas ordens (física, psíquica e educacional), por meio dos
recursos do cavalo. Assim, a presente pesquisa pretende descrever o desenvolvimento físico e
cognitivo de bebês com Síndrome de Down, participantes de uma proposta de estimulação
precoce sensorial por meio da Terapia Assistida por Equinos (TAE). Participaram da
pesquisa 04 bebês com o diagnóstico de SD, com idade entre 01 e 02 anos (12 - 24 meses),
sem outra patologia associada, que possuíam a aquisição do sentar, mesmo que com apoio e
que não possuíam contraindicações para participarem da terapia proposta. Utilizou-se como
instrumentos de pesquisa: 1) entrevista de roteiro para anamnese familiar, a fim de
contextualizar a rotina do participante; 2) ficha de observação e de avaliação do
comportamento percepto-motor; 3) ficha para avaliação do estágio sensório motor; 4)
entrevista com profissional responsável pela estimulação do bebê a nível ambulatorial, para
compreender de maneira mais completa seu desenvolvimento; 5) Check list para
acompanhamento das sessões de intervenção com o objetivo de avaliar as respostas dos bebê
frente a interação com equipe e animal e 6) Entrevista com familiares ao final da intervenção.
Após assinatura das cartas de anuências pelas instituições, foi feita a seleção de participantes,

seguido dos esclarecimentos sobre a pesquisa, assinatura dos termos de consentimento livre e
esclarecido (TCLE), anamnese, avaliação inicial percepto motora e sensório motora dos
bebês participantes e entrevista com profissional. Após concluída a intervenção foi realizada
avaliação final percepto motora e sensório motora dos bebês, seguida de entrevista com os
pais dos participantes. A intervenção foi realizada em espaço já existente, localizado na
região serrana do Espírito Santo (ES), com duração média de 20 sessões. O protocolo de
estimulação precoce sensorial com equinos apresentou-se como estímulo repetitivo por meio
de tarefas sensoriais e lúdicas, que envolviam o animal e o ambiente onde ele vive. Por meio
da avaliação dos resultados dos bebês durante a participação, foi possível perceber boa
interação com equipe, com demonstração constante de afeto e criação de vínculo terapêutico.
Com relação a interação com o animal todos os bebês demonstravam interesse pelo contato.
Em dois dos quatro bebês, este interesse pelo contato com o animal, assim como pelas
atividades propostas, foi evoluindo gradativamente ao longo das sessões e de acordo com a
aprendizagem adquirida. Nos outros dois bebês, o interesse existia desde a primeira sessão.
Com o passar da intervenção notava-se um maior repertório motor e prontidão para execução
dos movimentos necessários para cumprir as tarefas, como alimentação do animal, por
exemplo. Tal percepção também foi relatada pelas famílias, ao longo das sessões. A análise
dos resultados mostrou que na avaliação percepto motora final houve melhora na realização
das habilidades motoras avaliadas, assim como a presença de habilidades antes classificadas
como ausentes, bem como na avaliação final sensório motora houve mudança na
classificação dos subestágios de dois bebês. Na entrevista com os pais, ao término da
intervenção, eles relataram sobre o que foi observado em seu bebê, enquanto participante da
pesquisa. As famílias relataram perceber seu bebê com mais movimentação ativa em casa,
com maior interação social, com maior intenção de comunicação, aumentando os balbucios.
Houve relatos advindos de escolas e de outras terapias, de que se percebeu melhor prontidão

para as atividades propostas naquele ambiente. Desta forma, por meio das atividades
sensoriais envolvendo o animal e o ambiente em que vive, o protocolo de estimulação
precoce sensorial com equinos, buscou favorecer a aprendizagem de novas habilidades
cognitivas e motoras dos bebês. Ressalta-se a importância de estímulos nesta fase sensório
motora, visto que este estágio do desenvolvimento cognitivo é base para os próximos
estágios. O estímulo e facilitação da exploração, a partir da avaliação e conduta direcionada
por equipe multidisciplinar, favorece o aprendizado do bebê, na perspectiva de que o
conhecimento é formado a partir de experiências, ressaltando-se assim a importância da
atuação multidisciplinar na condução dessa vivência, assim como na troca de informações
entre equipe. Da mesma forma, a participação direta da família na estimulação precoce é de
grande importância para estreitar o vínculo e conhecer de forma completa o desenvolvimento
do bebê, a fim de ser agente promotor deste desenvolvimento.

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