PERCEPÇÃO DE PAIS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES AUTISTAS SOBRE ESTRESSORES, ENGAJAMENTO NO CUIDADO E TRATAMENTO, E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
Nome: DÉBORAH MENEZES ANACLETO
Data de publicação: 20/05/2024
Banca:
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Papel |
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ANA PAULA JUSTO | Examinador Externo |
FABIANA PINHEIRO RAMOS | Presidente |
KELY MARIA DE SOUSA PEREIRA | Examinador Interno |
Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por prejuízos na comunicação e nas
interações sociais e por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e
atividades. Os níveis de comprometimento do transtorno dependem do suporte necessário
para o funcionamento do indivíduo e de sua história de aprendizagem. Lidar diariamente com
as demandas do TEA pode gerar situações estressoras, sendo necessário o desenvolvimento
de estratégias de enfrentamento (coping) que minimizem os prejuízos e auxiliem as famílias
no processo de adaptação. A Teoria Motivacional do Coping (TMC) define o enfrentamento
como o processo de autorregulação diante de situações estressoras com objetivo de manter ou
restaurar as necessidades psicológicas básicas. Sendo assim, este estudo teve como objetivo
identificar os estressores, as principais estratégias de enfrentamento adotadas, assim como a
percepção de engajamento na rotina de cuidados e no tratamento em cuidadores de indivíduos
com TEA. Participaram deste estudo 7 pais e 29 mães de crianças com TEA. A metodologia
de estudo foi qualitativa, sendo aplicado um questionário sociodemográfico com variáveis dos
participantes e de seus filhos com TEA, e uma entrevista semiestruturada para coleta de
dados. Os dados foram analisados por meio Análise de Conteúdo de Bardin seguindo as
etapas de pré análise, preparação, categorização e discussão dos resultados, e pelo Sistema de
Categorização da TMC, que organiza o enfrentamento em 12 “famílias”, isto é,
macrocategorias. Os resultados identificaram como principais estressores: a dificuldade de
comunicação das crianças, seus problemas de comportamento, o constante estado de alerta
dos cuidadores e a falta de preparo das escolas em lidar com crianças com TEA. O uso de
estratégias de enfrentamento pertencentes às famílias de resolução de problemas, busca de
apoio, autoconfiança e negociação foram as mais utilizadas pela amostra. Além disso, os
cuidadores se sentiam satisfeitos com a participação na rotina de cuidados e no tratamento das
crianças. Como fatores em potencial que poderiam facilitar o engajamento dos cuidadores no
tratamento, os participantes indicaram a ampliação da rede de apoio, o treinamento parental e
a disponibilidade de tempo para conseguirem participar dos atendimentos de seus filhos. Os
resultados do presente estudo podem viabilizar a elaboração de intervenções que busquem
ensinar aos cuidadores formas mais adaptativas de lidar com as situações estressoras, além de
conscientizar os terapeutas quanto à necessidade de orientar e capacitar os familiares de forma
adequada e efetiva.