PRÁTICA DE MANUALIDADES COM FIOS E QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES JOVENS DURANTE A PANDEMIA
DE COVID-19

Nome: BARBARA FRIGINI DE MARCHI

Data de publicação: 25/09/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CAROLINE TOZZI REPPOLD Examinador Externo
CLAUDIA BROETTO ROSSETTI Presidente
CLAUDIA PATROCINIO PEDROZA CANAL Examinador Interno
KATIA CORREA VIONE Examinador Externo
LUZIANE ZACCHE AVELLAR Examinador Interno

Resumo: Um dos maiores desafios sanitários deste século, a pandemia de COVID-19 impactou a
qualidade de vida (QV) das pessoas, com destaque às mulheres mais jovens que constituíram o
público mais vulnerável. A Organização Mundial da Saúde define a QV como a percepção
individual sobre a inserção na vida, tendo como base o contexto cultural e de valores e, ainda,
os objetivos próprios. Esse é um tema multifacetado, subjetivo e relacionado ao bem-estar
pessoal, logo, também ao estado de flow. Nesse contexto, a Psicologia Positiva merece destaque,
uma vez que seus construtos têm potencial para atuar como fatores protetivos à saúde mental,
em especial em situações de exceção como a citada. Outro fenômeno da contemporaneidade
diz respeito ao ressurgimento das artes manuais com fios (tais como bordado, crochê e tricô) a
partir dos movimentos da revolução artesanal e do ‘faça você mesmo’, como também com o
advento da pandemia. Apesar disso, seu valor psicológico tem sido pouco explorado
cientificamente. Desse modo, essa pesquisa – transversal, essencialmente quantitativa e de
caráter exploratório-descritiva – teve como objetivo investigar as relações entre a prática regular
de manualidades com fios e a QV de mulheres jovens no contexto da pandemia de COVID-19.
Participaram 151 mulheres brasileiras com idades entre 20 e 40 anos e que mantinham
dedicação semanal mínima de duas horas e trinta minutos às manualidades com fios. A coleta
de dados ocorreu no segundo semestre de 2022, por meio de um levantamento online, com
amostra autogerada. Os instrumentos utilizados foram: um questionário desenvolvido pela
pesquisadora; o Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida, versão abreviada (WHOQOL-bref); a Escala de Florescimento PERMA-Perfil, e a Escala de Estado de Flow-2 Manualidades (EEF-2-Manualidades), a qual – originalmente construída para a prática
esportiva – foi adaptada pela pesquisadora para a atividade e público em questão, revelando
evidências psicométricas iniciais aceitáveis. As análises indicaram a adequação de uma
estrutura com quatro dimensões ao invés das nove originais. Os resultados também mostraram,
dentre outros, que as mulheres: associam as manualidades com fios sobretudo a sensações e
sentimentos advindos da prática e aos diversos tipos dessas artes; analisam mais positivamente
os domínios de autovaliação e o físico da QV e de forma pior o domínio psicológico;
experimentam altos níveis de bem-estar, com destaque para os fatores engajamento e
relacionamentos positivos; e, tendo tais artesanias como passatempo, apresentam médias
superiores de QV nos domínios psicológico, de ambiente e de autoavaliação se comparadas
com aquelas que as têm como fonte de renda. Espera-se, com essa investigação, contribuir com
a identificação e mensuração dos benefícios advindos da prática de manualidades com fios,
bem como com a compreensão do valor psicológico dessas artes tradicionais. Acrescenta-se
que esta pesquisa teve como produto final o desenvolvimento de uma cartilha educativa, a qual
se pretende divulgar a variadas instituições (de ensino, saúde e assistência social) com o intuito
de fomentar a prática dessas artesanias como recurso eficaz, acessível e de baixo custo
financeiro à promoção da QV.
Palavras-chave: manualidades com fios; qualidade de vida; mulheres jovens; COVID-19;
Psicologia Positiva.

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